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quarta-feira, 1 de maio de 2019

Black Zé

Vez por outra meus ouvidos são presenteados com raridades musicais daquelas de arrepiar até os pelinhos do nariz e melhor ainda é quando estas raridades são nacionais. Se você nunca ouviu falar do Black Zé, prepare seus ouvidos e a sua mente para uma viagem louca!

O Black Zé é daquelas bandas que ao ouvir você se pergunta o porquê de não mais existir, pois é uma tremenda atrocidade que um conjunto de músicos de qualidade tão gritante não tenha feito mais nada juntos, a não ser um único, clássico e raro álbum, que atende pelo nome de Só Para os Loucos... Só Para os Raros e do qual falarei a seguir.

O grupo foi formado em 1973 pelos músicos Luiz Roberto Peçanha (já falecido) nos vocais; o produtor e líder da banda, Richard Brokaw na guitarra e flauta; o compositor Márcio Aguinaga também nas guitas; Thomas Brokaw (irmão de Richard) no baixo; Conde Borromeu na batera e Guilherme Valle (vulgo Bill Valey), que ficou à frente das guitarras na segunda formação da banda.

O som dos caras mesclava o rock com elementos do tropicalismo e uma pitada de blues; tudo muito bem excecutado. Após a morte do vocalista Luiz Peçanha, em 1999, os caras até tentaram voltar à ativa, mas não obtiveram duas coisas essenciais para que uma banda seja reconhecida em seu país: espaço e apoio e infelizmente pararam por aí.

Mas vamos ao que realmente interessa, o clássico – e visionário, diga-se de passagem - disco de 1975, que traz 11 faixas de um rico instrumental e letras absolutamente criativas. Aí você me pergunta, visionário por quê? E eu te respondo: qualquer um que ouvir este disco vai jurar que se trata de um trabalho dos anos 80,auge do rock brazuca, tamanho clima oitentista que o álbum traz, tanto nos vocais como no instrumental, impressão que se concretiza nas faixas Só Para os Loucos (que ganhou regravação da lenda Ventania em 2000), O Dia Virá e o delicioso blues Cilada, com riffs encantadores.

Deste belíssimo trabalho ainda destaco as faixas Onde É, que mais uma vez mostra o engenhoso trabalho nas guitas; Lanterna (um som bastante psicodélico, viagem total junto à letra!) e a instrumental Dueto Rio-Bahia, que traz um trabalho muito bem elaborado de cozinha e guitarras, misturado a um certo swuing brasileiro.
É um disco precioso, daqueles que você deve degustar faixa a faixa e uma verdadeira raridade nacional!

Texto | Rose Gomes

1975 | SÓ PARA OS LOUCOS... SÓ PARA OS RAROS

01. Só para os Loucos
02. Cilada
03. Voo do Urubu
04. Onde é?
05. O Dia Virá
06. Sai dessa
07. Motel 3/Suite Presidencial
08. As viagens do Rei do Facão
09. Lanterna
10. Dueto Rio Bahia
11. Fogueira

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