lsd

Mostrando postagens com marcador Leno. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Leno. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Leno


Em 1976, Leno completara 27 anos e tinha uma carreira prolífica como artista e produtor da CBS, na qual se encontrava ligado desde 1966, na época da dupla Leno & Lilian. Após a dissolução da dupla em 1967, lançou em carreira solo os álbuns "Leno" (CBS, 1968), que possuía o hit "A Pobreza" (Composição de Renato Barros) e "A Festa dos Seus 15 Anos (CBS, 1969), cuja faixa é composição de Ed Wilson foi o carro-chefe do disco. Mas vale lembrar que Leno é um compositor e versionista de mão cheia, sendo um dos mais atualizados ao que acontecia na cena musical norte-americana e européia na época da Jovem Guarda, assim como Rossini Pinto e Getúlio Côrtes.

"Meu Nome é Gileno" é o quarto álbum solo do músico, que ocupou a posição de terceiro. Além do próprio Leno tê-lo produzido. Isso se deve ao fato do projeto "Vida e Obra de Johnny McCartney" (com produção de Raul Seixas) ter sido vetado pela CBS, sendo lançado somente em CD no ano de 1995, através do selo Natal Records, do próprio Leno. Isso faria com que Leno deixasse a CBS e ficasse um curtíssimo período na Polydor, por onde lançou um compacto simples, retornando para sua antiga gravadora em seguida. Até o álbum, Leno produziu artistas como o grupo "Impacto Cinco" e projetos especiais como "Sessão de Rock: Matéria Prima" (CBS, 1974), além de um revival da dupla com Lilian Knapp em dois Lps de 1972 e 1973 e dois compactos em 1974, um deles com a faixa "Flores Mortas", que ganhou um clipe no Fantástico.

As faixas desse LP de Gileno - ele assinava suas produções na época como Gileno Azevedo - foram gravadas entre outubro e novembro de 1975. Nas sessões de gravação, Leno contou com excelente músicos, dentre eles alguns amigos como Paulo César Barros, que fora baixista da banda Renato & Seus Blue Caps e nesse momento também era músico de estúdio. Além dele, músicos renomados como o baterista Paulinho Braga (que tocou com Elis Regina), o guitarrista Gabriel O'Meara (da banda O Peso) e o saudoso sanfoneiro Dominguinhos participaram do disco.

O repertório da peça em questão é bem adulto, de roupagem Folk e pitadas de psicodelismo. A primeira faixa do LP é "Semente Cósmica", um boogie com uma interpretação agressiva de Leno. Em seguida, o acerto de contas com o passado em "Jovem Guarda", da qual foi um dos seus maiores expoentes. Outros destaques são "Depois do Carnaval", onde violão, baixo e bateria criam uma sintonia perfeita com uma cuíca. No álbum, Leno gravou o clássico "Luar do Sertão, de Catulo da Paixão Cearense. A acidez dos compositores taxados de "malditos" se faz presente na certeira e desesperada "Me Deixe Mudo" (Walter Franco) e na poética e filosófica "Céu Dourado", do recluso e confuso Guilherme Lamounier. Leno aproveitou e regravou "Grilo City", parceria sua com Raul Seixas e que faria parte de "Vida e Obra...".

"Meu Nome é Gileno" foi lançado em maio de 1976. Infelizmente, o álbum não fez o sucesso esperado. Não dá pra saber exatamente se foi por falta de empenho da gravadora ou se o público não estava preparado pro amadurecimento do então Gileno, mas o tempo foi amigo e marcou essa bora-prima como uma peça fundamental do Rock Brasileiro, disso não há dúvida. Por sorte, o álbum ganhou uma edição em CD pela Sony em 1998, na coleção "Jovem Guarda", com o acréscimo de faixas bônus dos compactos de 1974.

Texto retirado do blog | Música, Acima de Tudo

1976 | MEU NOME É GILENO

01. Semente Cósmica
02. Jovem Guarda
03. Em Busca do Sol
04. Depois do Carnaval
05. Grilo City
06. Luar do Sertão
07. Chuva do Amanhecer
08. Me Deixe Mudo
09. Amigo Velho
10. Céu Astral

DOWNLOAD

quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Leno


“Vida e Obra de Johnny McCartney” é considerado o CD mais importante da carreira solo de Leno, e foi gravado em fitas, entre novembro de 1970 e janeiro de 1971. Foi um momento em que ele deixa de lado, a questão das baladas tão presentes na Jovem Guarda, e mostra-se como um artista independente, vanguardista, crítico, rebelde, um ser politizado. Nessa época, ele fazia sucesso com a balada romântica “Festa de 15 anos” e resolveu dar uma guinada. “Eu sempre fui roqueiro, mas sempre estourava com músicas lentas. Eu queria mostrar o meu lado mais rock’n’roll”, revela. Tendo sido vetada pela Ditadura Militar em 1971, a obra que teve os Beatles, mais precisamente a dupla Lennon & McCartney, como inspiração para o compositor, ficou perdida durante 25 anos! O projeto criado em parceria com Raul Seixas reaparece em 1995, para a grande surpresa de Leno, que dava as fitas de seu inédito “Vida e Obra de Johnny McCartney” por perdidas! Acontece que elas são descobertas por acaso nos arquivos da Sony Music! Leno, então, decide remasterizar a gravação e editá-la em CD, criando seu próprio selo, o Natal Records, e lança sua obra composta em parceria com Raulzito.

Leno passou o ano de 1979 morando em Los Angeles, nos Estados Unidos, mas quase não compunha, pois estava ligado mais em cantar e tocar e quando voltou a residir em Natal, começou a se dedicar a compor e realizar shows. Guardava para si a lembrança de Raul Seixas, um cara simples que gostava de música. “Gosto muito da lembrança dele em mim, apesar das distâncias”. Essas lembranças ficam mais evidenciadas e tomam conta da vida de Leno quando este apresenta ao público o relançamento do disco “Vida e Obra de Johnny McCartney”, álbum considerado pela crítica especializada internacional como um dos melhores do rock. Foi o terceiro disco de sua carreira solo e teria sido gravado em 1970, porém a gravadora CBS vetou o projeto por achar que ele não era comercial. “Tinha umas músicas censuradas, como ‘Sr. Imposto de Renda’ e ‘Sentado no Arco-íris’. Segundo Leno, este disco antecipou muita coisa que viria a acontecer apenas nos anos 80 em termos musicais, além de ter influenciado a carreira de Raul Seixas.

Das 13 músicas do disco, seis são em parceria com o baiano. Leno comenta que “talvez a partir daí Raul tenha criado a vontade de ser cantor, pois ele não era muito a fim. Foi um laboratório para ele”.

O verdadeiro Rock já se faz presente logo na primeira faixa, “Johnny McCartney”, que é uma sátira à busca da fama tão em voga hoje em dia: “Ainda hei de ser famoso um dia / Meu nome nos jornais você vai ler / Vou ganhar mais de um milhão / Comprar o meu carrão cantando na TV / Vai pagar pra me ver no cinema / Do que me fez, irá se arrepender / Daqui pra frente sou galã lhe ofuscando / Com meu terno de lamê / Johnny McCartney vou ser).

É uma letra bem atual! Por tudo isso, “Vida e Obra de Johnny MacCartney” é considerado um disco seminal para o rock brasileiro, pós-Jovem Guarda, e deve constar em qualquer discoteca básica do estilo, onde guitarras, bateria e baixo ganham mais expressão, pela primeira vez, no rock brasileiro.

Por | Lúcia M. Zanetti

1995 | VIDA E OBRA DE JOHNNY McCARTNEY (1971)

1. Johnny McCartney
2. Por Que Não?
3. Lady Baby
4. Sentado no Arco-íris
5. Pobre do Rei
6. Peguei uma Apollo
7. Sr. Imposto de Renda
8. Não Há Lei em Grilo City
9. Convite para Ângela
10. Deixo o Tempo Me Levar
11. Contatos Urbanos
12. Bis
13. Johnny McCartney

DOWNLOAD