Em 1976, Leno completara 27 anos e tinha uma carreira prolífica como artista e produtor da CBS, na qual se encontrava ligado desde 1966, na época da dupla Leno & Lilian. Após a dissolução da dupla em 1967, lançou em carreira solo os álbuns "Leno" (CBS, 1968), que possuía o hit "A Pobreza" (Composição de Renato Barros) e "A Festa dos Seus 15 Anos (CBS, 1969), cuja faixa é composição de Ed Wilson foi o carro-chefe do disco. Mas vale lembrar que Leno é um compositor e versionista de mão cheia, sendo um dos mais atualizados ao que acontecia na cena musical norte-americana e européia na época da Jovem Guarda, assim como Rossini Pinto e Getúlio Côrtes.
"Meu Nome é Gileno" é o quarto álbum solo do músico, que ocupou a posição de terceiro. Além do próprio Leno tê-lo produzido. Isso se deve ao fato do projeto "Vida e Obra de Johnny McCartney" (com produção de Raul Seixas) ter sido vetado pela CBS, sendo lançado somente em CD no ano de 1995, através do selo Natal Records, do próprio Leno. Isso faria com que Leno deixasse a CBS e ficasse um curtíssimo período na Polydor, por onde lançou um compacto simples, retornando para sua antiga gravadora em seguida. Até o álbum, Leno produziu artistas como o grupo "Impacto Cinco" e projetos especiais como "Sessão de Rock: Matéria Prima" (CBS, 1974), além de um revival da dupla com Lilian Knapp em dois Lps de 1972 e 1973 e dois compactos em 1974, um deles com a faixa "Flores Mortas", que ganhou um clipe no Fantástico.
As faixas desse LP de Gileno - ele assinava suas produções na época como Gileno Azevedo - foram gravadas entre outubro e novembro de 1975. Nas sessões de gravação, Leno contou com excelente músicos, dentre eles alguns amigos como Paulo César Barros, que fora baixista da banda Renato & Seus Blue Caps e nesse momento também era músico de estúdio. Além dele, músicos renomados como o baterista Paulinho Braga (que tocou com Elis Regina), o guitarrista Gabriel O'Meara (da banda O Peso) e o saudoso sanfoneiro Dominguinhos participaram do disco.
O repertório da peça em questão é bem adulto, de roupagem Folk e pitadas de psicodelismo. A primeira faixa do LP é "Semente Cósmica", um boogie com uma interpretação agressiva de Leno. Em seguida, o acerto de contas com o passado em "Jovem Guarda", da qual foi um dos seus maiores expoentes. Outros destaques são "Depois do Carnaval", onde violão, baixo e bateria criam uma sintonia perfeita com uma cuíca. No álbum, Leno gravou o clássico "Luar do Sertão, de Catulo da Paixão Cearense. A acidez dos compositores taxados de "malditos" se faz presente na certeira e desesperada "Me Deixe Mudo" (Walter Franco) e na poética e filosófica "Céu Dourado", do recluso e confuso Guilherme Lamounier. Leno aproveitou e regravou "Grilo City", parceria sua com Raul Seixas e que faria parte de "Vida e Obra...".
"Meu Nome é Gileno" foi lançado em maio de 1976. Infelizmente, o álbum não fez o sucesso esperado. Não dá pra saber exatamente se foi por falta de empenho da gravadora ou se o público não estava preparado pro amadurecimento do então Gileno, mas o tempo foi amigo e marcou essa bora-prima como uma peça fundamental do Rock Brasileiro, disso não há dúvida. Por sorte, o álbum ganhou uma edição em CD pela Sony em 1998, na coleção "Jovem Guarda", com o acréscimo de faixas bônus dos compactos de 1974.
Texto retirado do blog | Música, Acima de Tudo
1976 | MEU NOME É GILENO
01. Semente Cósmica
02. Jovem Guarda
03. Em Busca do Sol
04. Depois do Carnaval
05. Grilo City
06. Luar do Sertão
07. Chuva do Amanhecer
08. Me Deixe Mudo
09. Amigo Velho
10. Céu Astral
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01. Semente Cósmica
02. Jovem Guarda
03. Em Busca do Sol
04. Depois do Carnaval
05. Grilo City
06. Luar do Sertão
07. Chuva do Amanhecer
08. Me Deixe Mudo
09. Amigo Velho
10. Céu Astral
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