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sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Egberto Gismonti


Esse é um disco que vale muito a pena conhecer, pois mostra Egberto no início de suas experimentações com orquestras. A música de abertura (Janela de Ouro) é um excelente exemplo das experimentações “gismontísticas”, com belíssimos arranjos e um bom gosto visceral.

Outro destaque é a elegância da sequência "Ciclone", "Indi" e “Sonho”, essa que posteriormente teve ótimas versões com letras (tanto em inglês quanto em português) de artistas como Elis Regina, Airto Moreira e Toots Thielmans. "Pêndulo" tem um arranjo bastante interessante, trabalhando com a idéia de dinâmica no som. Queria muito saber quem são os instrumentistas que tocam junto, especialmente o baixista (o cara merece aplausos).

É complicado escrever sobre essa obra sem se rasgar de elogios... Então pra evitar esse ato absolutamente desnecessário e redundante, prefiro que escutem e tirem suas próprias conclusões. por isso repito: Vale muito a pena conhecer esse disco!

Texto retirado do blog | Casa Forte Brasil

1970 | SONHO 70

01. Janela de Ouro
02. Parque Laje
03. Ciclone
04. Indi
05. Sonho
06. O Mercador de Serpentes
07. Lendas
08. Pêndulo
09. Lírica nº 1

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quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Sérgio Sampaio


Sérgio Moraes Sampaio, um cantor e compositor brasileiro e, no dizer do cantor Lenine, um nome marginalizado que equipara a Tim Maia e Raul Seixas, como um dos "malditos" da música popular brasileira. Suas composições variam por vários estilos musicais, indo dos folclóricos samba e choro, ao rock'n roll, blues e balada.

Sobre a poética de suas composições, em que se vê elementos de Kafka e Augusto dos Anjos, que lia e apreciava, declarou num estudo Jorge Luiz do Nascimento: "A paisagem urbana em geral, e a carioca em particular, na poética de Sérgio Sampaio, possui a fúria modernista. Porém, o espelho futurista já é um retrovisor, e o que o presente reflete é a impossibilidade de assimilação de todos os índices e ícones da paisagem urbana contemporânea."

Mais sobre Sérgio Sampaio: AQUI

1973 | EU QUERO BOTAR MEU BLOCO NA RUA

01 | Lero e Leros e Boleros
02 | Filme de Terror
03 | Cala a Boca Zébedeu
04 | Pobre Meu Pai
05 | Labirintos Negros
06 | Eu Sou Aquele Que Disse
07 | Viajei de Trem
08 | Não Tenha Medo, Não (Rua Moreira, 65)
09 | Dona Maria de Lourdes
10 | Odete
11 | Eu Quero é Botar Meu Bloco na Rua
12 | Raulzito Seixas

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segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Tropicália ou Panis et Circensis


"A música não existe (...). Sei que alguma coisa nova se cria a partir daí e o resto não me interessa" (Rogério Duprat). "Ê bumba-iê-iê-boi" (Gilberto Gil & Torquato Neto). "Nara - Pois é... e o Ernesto Nazaré e Chiquinha Gonzaga... e Pixinguinha... Os Mutantes - Pois é... e os Jefferson's Airplane (sic) e os Mamas & the Papas... e..."

Maio de 68. Vietnã. Barricadas em Paris. Passeata dos cem mil, Rio de Janeiro. Primavera de Praga. Marthin Luther King. Flower power, 2001 - Uma Odisséia no Espaço, de Stanley Kubrick. AI-5. Panteras Negras. Arte pop. Crimes, espaçonaves guerrilhas.

Não são absolutamente memórias pessoais. Fragmentos da iconografia da época. O primeiro passo quando a tarefa é falar de alguma obra emblemática de uma época (sobretudo se você não esteve lá) é pesquisar todo o material disponível para reconstituir o clima e os acontecimentos que foram desaguar naquele produto em particular. Mas um disco-manifesto como Tropicália ou Panis et Circencis fala por si só. E o que ele fala?

A capa apresenta os atores do carnaval tropicalista. Os Mutantes e suas guitarras elétricas. Tom Zé, Caetano com Nara Leão (os mais belos joelhos da bossa nova) no colo (numa fotografia). O Maestro Rogério Duprat prestando uma homenagem a Marcel Duchamp (que havia falecido em 1967). Gal Costa com uma foto de Capinam. Torquato Neto (poeta e suicida). A contracapa descreve o roteiro e inscreve a data lendária: maio de 68. Os padrinhos despejam suas benções: Augusto de Campos e João Gilberto.

Tropicália ou Panis et Circencis era para ser o manifesto tropicalista. Vinte anos depois é um documento histórico. Se a música não existia mais, era preciso romper com as camisas de força que regiam a música popular, as falsas dicotomias, participação popular versus invenção, local versus universal. Vicente Celestino se encontra com os Beatles. O tropicalismo, como um momento de efervescência cultural, comunica-se diretamente com o modernismo da Semana de 1922. E dá-lhe antropofagia: as referências de parentesco são explícitas e encaixadas em contextos novos.


A qualidade documental da tropicália não o transforma num disco datado. Uma colagem mantida unida com o cola-tudo privilegiado das musicalidades de Caetano Veloso e Gilberto Gil. A pérola do brega, "Coração Materno", é de Vicente Celestino. O beguin "Três Caravelas" ("um navegante atrevido saiu de Palos um dia / ia com três caravelas / a Pinta, a Nina e a Santa Maria") é uma versão de João de Barro, e a nota regionalista, "Hino ao Senhor do Bonfim da Bahia", que fecha com tom épico o LP, é de João Antônio Wanderley.

O humor é, sem dúvida, um conservante poderoso. "Lindonéia", um bolero na voz extra-suave de Nara, anuncia que há "cachorros mortos nas ruas / policiais vigiando / o sol batendo nas frutas / sangrando, oh, meu amor, a solidão vai me matar de dor". Os primeiros acordes de "A Internacional" servem como arauto a Caetano convidando a um passeio nos Estados Unidos do Brasil, "debaixo das bombas / das bandeiras / debaixo das botas / debaixo das rosas dos jardins / debaixo da lama / debaixo da cama". Em "Parque Industrial", o céu de anil e as bandeirolas saúdam o avanço industrial.

Rogério Duprat orquestrou esses estilhaços de modernidade com todos os ritmos, instrumentos, ruídos e técnicas que estavam à mão. Em vez do violão e voz da bossa nova, aqui entram sirenes, distorção de guitarra, efeitos de estúdio, canhões (enquanto Gil rima Brasil e fuzil, com todas as letras) e órgão de igreja. Os metais pontuam ora o violão, ora a guitarra e o baixo, criando texturas distintas de sons.

A geléia geral brasileira teve sua polaróide, em sons e imagens, nítida e multifacetada.

Texto | Bia Abramo, Bizz#041, dezembro de 1988 | Collectors Room

1968 | TROPICÁLIA OU PANIS ET CIRCENSIS

01. Gilberto Gil | Miserere Nóbis
02. Caetano Veloso | Coração Materno
03. Os Mutantes | Panis et Circensis
04. Nara Leão | Lindonéia
05. Gal Costa, Gilberto Gil, Os Mutantes & Caetano Veloso | Parque Industrial
06. Gilberto Gil | Geléia Geral
07. Gal Costa & Caetano Veloso | Baby
08. Gilberto Gil & Caetano Veloso | Três Caravelas [Las Três Carabelas]
09. Caetano Veloso | Enquanto Seu Lobo não Vem
10. Gal Costa | Mamãe, Coragem
11. Gilberto Gil | Bat Macumba
12. Gal Costa, Gilberto Gil, Os Mutantes & Caetano Veloso | Hino do Senhor do Bom Fim

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sábado, 24 de novembro de 2018

Karma


Esquecido num sítio na periferia do Rio, o compositor, guitarrista e fundador de O Terço e do Karma, Jorge Amiden, tenta recuperar a saúde abalada pelo uso de drogas e das (pouquíssimas) viagens que fez com LSD no início dos anos 1970. "Foram muito boas, mas custei a voltar delas", diz o nosso afável Syd Barrett. Jorge é o compositor da inesquecível 'Tributo ao Sorriso' (em parceria com Hinds) e de tantas outras canções geniais do repertório de O Terço (1970 a 1971) e do Karma (1972). Era ele o principal arquiteto dos vocais harmoniosos de ambas as bandas. Além do mais, gravou um antológico LP com o Karma, participou do disco 'Sonhos e Memórias' de Erasmo Carlos e integrou a banda de Milton Nascimento. Depois, com o cérebro golpeado, se afastou dos palcos. Seguiu-se, então, um longo e indesejável ostracismo. Mas Jorge quer voltar, quer a música "viva" de volta a sua vida. E nós, órfãos de sua brilhante musicalidade, torcemos para que ele encontre o fio da meada, a luz no fim do túnel, a glória de um final fez.

Após romper com O terço, Amiden logo encontrou novos parceiros. Com Luiz Mendes Junior (violão e vocal) e Alen Cazinho Terra (baixo e vocal), irmão de Renato Terra, o guitarrista daria início a sua trajetória de pouco mais de um ano como líder do Karma. Ramalho Neto, da RCA, não teve dúvidas em contratar a banda antes mesmo de ouví-la. Reconhecia o talento de Amiden e antevia um belo disco do Karma para a RCA.

E foi o que aconteceu. Pouco tempo depois, a RCA distribuía na praça o LP homônimo do Karma, uma obra antológica que merece constar de qualquer lista dos melhores discos da história do rock brasileiro. Com uma sonoridade predominantemente acústica servindo de base para a primorosa vocalização do trio, 'Karma' é recheado de canções brilhantes, como 'Do Zero Adiante' (Amiden e Mendes Junior), 'Blusa de Linho' (Amiden e Rodrix) e a revisitada 'Tributo Ao Sorriso' (Amiden e Hinds). Esta, levada quase até seu final em a capela, servia para realçar ainda mais a força vocal do conjunto. Vale destacar a participação do baterista Gustavo Schroeter (então integrante da Bolha), que ajudou a abrilhantar o disco com sua batida sempre consistente, arrojada e precisa.

E foi com Gustavo na bateria que o Karma fez o show de lançamento do disco no Grajaú Tênis Clube. Lamentavelmente, este pequeno tesouro concebido por Amiden jamais foi reeditado. Possivelmente hiberna nos arquivos da RCA desde o seu lançamento, em 1972, como hibernam tantas outras obras importantes nos arquivos das gravadoras brasileiras.

Em sua curta vigência sob a liderança de Amiden, o Karma ainda participou do VII Festival Internacional da Canção Popular, em setembro de 1972. Foi quando defendeu 'Depois do Portão' (Amiden e Mendes Junior). Em 1973, nos primeiros meses do ano, durante um show no Clube de Regatas Icaraí, em Niterói, depois de misturar bebida com drogas, Amiden perde o controle do próprio cérebro. O solo de guitarra parece interminável... Depois, sentado à beira da praia com Mário, se perde em plano existencial paralelo, vagando inseguro e solitário pelo lado escuro da lua.

Jorge só encontra a saída do enovelado e desconhecido labirinto no dia seguinte, quando percebe que o mundo não é mais o mesmo, o Karma não é mais o mesmo, a música não é mais a mesma...E nem sua vida seria mais a mesma. Dos palcos, se afasta...para na calma do tempo, quem sabe uma luz como guia, em dado momento, conceda algum dia seu retorno sereno.

Por | Som Barato

1972 | KARMA

01. Do Zero Adiante
02. Blusa de Linho
03. Você Pode Ir Além
04. Epílogo
05. Tributo ao Sorriso
06. O Jogo
07. Omissão
08. Venha Pisar na Grama
09. Transe Uma
10. Cara e Coroa

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quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Cibelle


Cibelle é uma artista performática multimídia, cantora, compositora e produtora musical. O estilo musical de Cibelle é difícil de classificar, passando pela música eletrônica, bossa nova e folk.

Cibelle Cavalli nasceu em São Paulo em 2 de janeiro de 1978, hoje vivendo em Londres. Ela frequentou o conservatório Marcelo Tupinambá em São Paulo desde os seis anos de idade, onde estudou guitarra, piano, percussão e teatro. Cibelle teve uma curta carreira de modelo na adolescência, abandonando-a para dedicar-se a atuar a partir dos vinte e poucos anos. Cibelle trabalhou em musicais, curtas-metragens e na televisão brasileira, até começar a dedicar-se mais fortemente a música.

Após conhecer um produtor sérvio Suba em um bar ela tornou-se a principal vocalista de seu álbum, São Paulo Confessions, on Ziriguiboom (lançado pelo selo belgo Crammed Discs) em 1999. Este álbum teve a mistura de música tradicional com música eletrônica, estando anos a frente da música eletrônica da época. O álbum São Paulo Confessions é um considerado como um importante precursor e álbum marco para a música eletrônica nacional. Suba morreu pouco depois do lançamento do álbum.

Cibelle em seguida apareceu no álbum de Celso Fonseca, Natural (2003). O primeiro álbum a solo de Cibelle também fora lançado em 2003. Assinando com o selo belga Crammed quando tinha 22 anos, ela começou a a passar cada vez mais tempo na Europa, mais especificamente em Paris. Para a conclusão de seu primeiro álbum ela se mudou para Londres.

Texto | Wikipédia

2003 | CIBELLE

01. Deixa
02. Só Sei Viver no Samba
03. Hate
04. Luísas
05. Waiting
06. No Prego
07. I'll Be
08. Train
09. Inútil Paisagem
10. Um Só Segundo
11. Pequenos Olhos

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terça-feira, 20 de novembro de 2018

Jurema


A historiadora, cantora e compositora Jurema Paes lança seu segundo disco, Mestiça, em que se apoia sem purismos em ritmos tradicionais brasileiros, como a chula e o maxixe. Batuques africanos se misturam a efeitos sonoros, samplers e outras técnicas de estúdio.

A produção do disco teve início em 2013, quando a cantora começou a juntar o repertório. Chegou a reunir mais de cem músicas. Dessas selecionou 11 composições dos autores Tiganá Santana, Elomar, Roberto Mendes, Nizaldo Costa, Marcos Vaz, Zeca Baleiro e Patrício Hidalgo. O cantor e compositor Elomar é antigo conhecido de Jurema, pois o pai da cantora, o também compositor Fábio Paes, é parceiro de Elomar de longa data. “Ele é como se fosse um tio de segundo grau”, conta Jurema. Do repertório do cantador estão em Mestiça as canções “Chula no Terreiro” e “Imbuzeiro”.

Assim como as de Elomar, as canções em Mestiça bebem nas tradições dos trovadores, em matrizes ancestrais. Jurema canta em inglês, espanhol, francês e quimbundo, língua natural de Angola usada por Tiganá Santana na sua composição “Nkongo”. Os arranjos misturam atabaques, melodias vocais com samples e técnicas de estúdio contemporâneas. “Maxixe e chula, Proteus e Pro Tools, cantos de trabalho, rodas de cantoria, partidos-altos, cidades baixas. Tudo está na música urdida por Jurema”, defende Zeca Baleiro, que participa do disco.

O álbum conta ainda com Chico César, Lenna Bahule, Letieres Leite e Tiganá Santana e foi gravado em São Paulo e mixado na Suécia, contato realizado por meio de Tiganá. Jurema diz que o trabalho de estúdio teve muita importância no resultado final, que aponta para uma nova sonoridade na música brasileira atual. “Os próprios produtores trabalham também com a engenharia de som. Esses profissionais estão buscando uma sonoridade do Brasil do século XXI”, diz.

Por | Itamar Dantas

2014 | MESTIÇA

01. Ogum de Ronda
02. Imbuzeiro (com Chico Cesar & Tiganá Santana)
03. Não Pedi
04. Nkongo (com Chico Cesar)
05. Le Mali Chez La Carte Invisible (com Tiganá Santana)
06. Fulorá
07. Elizabeth Noon
08. Água da Chuva
09. Maxixe Nagô
10. La Canã
11. Chula no Terreiro (com Zeca Baleiro)
12. Nkongo Remix (com Chico Cesar & Tiganá Santana)

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domingo, 18 de novembro de 2018

Denise Emmer


Denise Emmer Dias Gomes Gerhardt, mais conhecida como Denise Emmer, é uma poetisa, compositora, cantora, violoncelista e escritora brasileira.

Filha dos escritores Janete Clair e Dias Gomes, tornou-se primeiramente conhecida por temas musicais compostos para personagens das telenovelas, tais como "Pelas muralhas da adolescência", Bandeira 2, e "Alouette", Pai Herói, "Companheiros", Sinhá Moça, entre outros, alcançando depois, reconhecimento pela sua vasta e premiada produção poética.

É violoncelista da Orquestra Rio Camerata.

Denise começou a compor aos 10 anos, e ainda no colégio fazia composições em português arcaico, como Galvan el gran cavalero e Aquestas mañanas frias.

Estudou piano clássico e formou-se em física. É pós graduada em filosofia ( especialização-lato-sensu) pelo Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Graduou-se também em violoncelo pelo Conservatório Brasileiro de Música(bacharelado), sob a orientação do violoncelista Paulo Santoro.

Na década de 1970 compôs vários temas para telenovelas da Rede Globo, como "Pelas muralhas da adolescência" (para Bandeira 2); "Tema verde" (para Assim na Terra como no Céu); "O amor contra o tempo" e "Montanhês" (para Bravo!); "Pedra de ouro" (para O Pulo do Gato) e "Alouette" (para Pai Herói).

O compacto simples "Alouette", lançado em 1980 (um ano depois da novela), vendeu mais de 300 mil cópias, o que rendeu a Denise o Disco de Ouro e o reconhecimento público, participando de vários programas de televisão, como o Fantástico. Essa canção seria incluída posteriormente na coletânea Belle France, da Globodisc, além de uma versão instrumental no compacto duplo que incluía "Chocolat", "Jardineiro" e "Sândalus", todas de Denise e com solo de flauta doce da própria compositora.


TEMAS DE NOVELAS

01. Tema Verde (Assim na Terra como no Céu, 1970)
02. Sandra - Muralhas da Adolescência (Bandeira 2, 1971)
03. Montanhês (Bravo!, 1976)
04. O Amor Contra o Tempo (Bravo!, 1976)
05. Pedra de Ouro (O Pulo do Gato, 1978)
06. Alouette (Pai Herói, 1979)
07. Lavadeiras (Coração Alado, 1980)
08. Cavaleiro do Rio Seco (Voltei pra Você, 1983)
09. Companheiros (Sinhá Moça, 1986)

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Na década de 1980 foi assistente de Waltel Blanco na produção de trilhas sonoras de novelas e seriados, como O Bem-Amado e Quarta nobre.

O primeiro long play veio em 1980, Pelos Caminhos da América, que continha composições suas ("Lavadeiras", "Boiadeiros do céu", "Garganta", etc.), de Milton Nascimento ("Minha cidade suja", sobre poema de Ferreira Gullar) e outras. O disco tinha arranjos do Grupo Água, com quem Denise se apresentou em show no Parque Laje, no Rio de Janeiro.

Em 1981 veio o LP Toda Cidade É um Pássaro, em que atuou como cantora e instrumentista. As canções eram todas suas. Em 1983 gravou o LP Canto Lunar, também só com canções suas. A canção-título seria, anos depois, gravada pelo grupo Tarancón.

Ainda na década de 1980 participou da trilha sonora de outras telenovelas da Globo: "Lavadeiras", para Coração Alado, de Janete Clair; "Cavaleiro do Rio Seco", para Voltei pra Você, de Benedito Ruy Barbosa; e "Companheiro", para Sinhá Moça, também de Benedito.

O LP Cantiga do Verso Avesso veio em 1992 e também era todo de canções próprias, algumas sobre poemas conhecidos, como "Soneto do amor nascendo" (Pedro Lyra), "Canção" (Ivan Junqueira), "Poema do cego, da noite e do mar" (Moacyr Félix). A canção "Cavaleiro do Rio Seco" foi homenagem ao compositor Elomar. O disco teve participação de Jacques Morelenbaum.

Em 1994 criou o grupo Trovarte, em que cantava acompanhada pelo violão de Beto Resende, pela viola de Ivan Sérgio Niremberg e o violino de Ludmila Plitek. O grupo se apresentou na Academia Brasileira de Letras e na Casa de Cultura Estácio de Sá, entre outros palcos.

O CD Cinco Movimentos e um Soneto (1995) foi todo com poemas de Ivan Junqueira musicados por Denise, também com participação de Jacques Morelembaum em algumas faixas.

Ainda musicando poemas consagrados, Denise gravou, em 2004, o CD Mapa das Horas, no qual cantou e tocou violoncelo. O repertório inclui poemas de João Ruiz de Castelo-Blanco ("Partindo-se"), do século XV, Diogo Brandão ("Pois Tanto Gosto Levais"), do século XVI, e de autor desconhecido do século XV ("Cantiga da Ribeirinha"). Os arranjos, de estilo medieval, tinham instrumentos como viola de gamba, alaúde, oboé, organeto medieval etc. O disco foi lançado em show na Academia Brasileira de Letras.

Desde 2001 é violoncelista da Orquestra Rio Camerata como líder de naipe e do Quarteto de Cordas Legatto.

Texto | Wikipédia

1980 | PELOS CAMINHOS DA AMÉRICA

01. Lavadeiras
02. Boiadeiros do Céu
03. Colina Branca
04. Missão
05. Minha Cidade Suja
06. Garganta
07. Repente Louco
08. Coração Cigano
09. Saramandaia
10. Qualquer Dia
11. Nas Areias da Ampulheta

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1981 | TODA CIDADE É UM PÁSSARO

01. Toda Cidade é Um Pássaro
02. Já Se faz Madrugada
03. Sábia Natureza
04. Canção do Último Bonde
05. Cama na Calçada
06. Grande Amor
07. Fazenda Sonho
08. Canção do Prisioneiro
09. Meninos do Relento
10. Atrás da Estrela

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1983 | CANTO LUNAR

01. Canto Lunar
02. Luzes da Cidade
03. Voa Canção
04. Moça de la Mancha
05. Grande Amor
06. O Amor é Leve
07. O Sol
08. Canção de Acender a Noite
09. Estrela no Mar, Peixe no Céu
10. Cama na Calçada

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1992 | CANTIGA DO VERSO AVESSO

01. Cantiga Do Verso Avesso
02. Casa Da Infância
03. Soneto Do Amor Nascendo
04. Cavaleiro Do Rio Seco
05. Cantiga Da Estrela Barca
06. Cantiga Da Noite Mágica
07. Poema Do Cego, Da Noite E Do Mar
08. Aquestas Manhãnas Frias
09. Canção Do Inverno
10. Gira Noite
11. O Pescador
12. Canção

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2004 | MAPA DAS HORAS

01. O Rei das Esporas Douradas
02. Estátuas Gigantes
03. Minha Rua É Bagdá
04. Canções do Segredo
05. Canto Lunar
06. Força do Mundo
07. Pedalando Sobre as Casas
08. Outros Ventos
09. Pedra no Rio
10. Partindo-Se
11. Cantiga da Ribeirinha
12. Pois Tanto Gosto Levais

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2016 | CAPOTE DE PEDRAS

01. Capote de Pedras
02. Cantiga do Verso Avesso
03. Pedalando Sobre As Casas
04. Dizer Adeus
05. Cantiga da Noite Mágica
06. Pontos Cardeais


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sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Bacamarte


Um dos maiores nomes brasileiros do rock progressivo, o Bacamarte nasce em 1974 como uma entre muitas bandas de colegas de colégio.

Depois de várias mudanças de formação ao longo de seus três primeiros anos de vida, o grupo apresenta-se no programa "Rock Concert" da TV Globo, o que provoca um aumento do interesse por sua música. O resultado seria uma fita gravada em 1977 que circularia inclusive pela CBS se, contudo, conseguir aprovação (coisas das era Disco...).

Com o surgimento, em 1982, da Rádio Fluminense FM e sua política de abrir espaço para bandas iniciantes, o Bacamarte despontaria como grande revelação. No ano seguinte, "Depois do fim", álbum independente, está disponível ao público.

O disco venderia milhares de cópias no Brasil e países da Europa e, principalmente Japão. O sucesso da estréia, porém, não impede o fim da banda um ano depois.

Posteriormente, o guitarrista Mário Neto lança o CD "As Sete Cidades" sob o codinome Bacamarte.

1983 | DEPOIS DO FIM

01. UFO
02. Smog Alado
03. Miragem
04. Pássaro da Paz
05. Caño
06. Último Entardecer
07. Controvérsia
08. Depois do Fim
09. Mirante das Estrelas

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1999 | SETE CIDADES

01. Portais
02. Ritual Da Fertilidade
03. Filhos Do Sol
04. Espritos Da Terra
05. Mirante Das Estrelas
06. Carta
07. Canto Da Esfinge

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quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Arthur Verocai


O estilo de Athur Verocai pode ser comparado a Tim Maia e Jorge Ben. As músicas tem um toque de folk, mais do que uma pitada de funk, solos ao estilo de jazz, incríveis arranjos com 20 instrumentos de cordas, uma mistura de teclados em um clima de trilha sonora.

"Eu costumava ouvir Blood Sweat and Tears, Chicago, Stan Kenton, Wes Montgomery, Jimmy Web, Frank Zappa, Herbie Hancock, Bill Evans e Miles Davis, Milton Nascimento, Bossa Nova, entre outros" explica Arthur Verocai. "No Brasil, nós temos muitas influências musicais, e naquela época não havia um estilo que dominava o mercado. Nesse sentido, meu disco reflete uma busca e uma experimentação musical. Eu estava com um espírito bastante aventureiro nesse álbum e isso me levou a explorar novos caminhos para a melodia, harmonia e rítmo."

Verocai chegou para as gravações do disco de 1972 com alguns sucessos nas suas costas. Em 1971 havia produzido o disco "Agora", de Ivan Lins, fortemente influenciado pelo soul americano. Além disso, ele havia contribuído com alguns arranjos para gravações de Jorge Ben. "Eu também produzi dois LPs para a cantora Célia, pela Continental, e o presidente da gravadora ficou bastante satisfeito com os resultados. Ele me convidou para gravar um álbum com as minhas próprias composições e eu aceitei com a condição que eu pudesse escolher os músicos. A sessão de cordas completa era composta por 12 violinos, 4 violas e 4 violoncelos, sempre com um ou dois percussionistas. A ideia de misturar cordas com música contemporânea veio do meu desejo de percorrer novos caminhos. Eu acredito que o álbum é muito rico, tanto na quantidade, como na qualidade dos músicos." No time, lendas como Robertinho Silva, Pascoal Meireles, Luiz Alves, Paulo Moura, Edson Maciel, Oberdan Magalhães (Banda Black Rio), Nivaldo Ornelas (que acompanhava Milton Nascimento) e Toninho Horta.

Nascido Arthur Cortes Verocai, no Rio de Janeiro, em 17/6/1945, ele estudou música com Léo Soares, Darci Villaverde, Nair Barbosa da Silva, Roberto Menescal e Vilma Graça. Em 1966 Leny Andrade incluiu a música "Olhando o Mar" em seu disco "Estamos Aí". Dois anos depois Verocai participou do evento Musicanossa, que reuniu compositores, músicos e cantores em apresentações no teatro Santa Rosa, no Rio de Janeiro, paro o qual ele escreveu seus primeiros arranjos. As gravações ao vivo incluem as canções "Madrugada" e "Nova Manhã", compostas em parceria com Paulinho Tapajós.

Até 1968, Verocai ainda trabalhava como Engenheiro Civil. Mas, mesmo assim ele conseguia tocar e participar como arranjador nos maiores festivais brasileiros. Ele trabalhava com artistas como Paulinho Tapajós, Elis Regina e os Golden Boys. Em 1969 Verocai engrenou de vez na carreira de músico e arranjador. Nessa época, ele arranjou discos do Terço, Jorge Ben, Elizeth Cardoso, Gal Costa, Quarteto em Cy, MPB 4, Célia, Guilherme Lamounier, Nélson Gonçalves, Marcos Valle, entre outros. Também assinou a produção musical dos espetáculos "É a Maior" e "O Rio Amanheceu Cantando". Em 1970 ele começa a compor músicas incidentais e de abertura para programas de TV.

O disco de 1972 permitiu a Verocai levar seu interesse por música instrumental ainda mais longe. "Eu sempre quis compor trilhas sonoras em grande estilo, como no cinema, mas isso não era possível com meu trabalho na TV", diz ele. "Minha oportunidade apareceu quando eu estava gravando esse álbum. Eu criei uma célula rítimica em um violão junto com a linha melódica. Eu adicionei a linha de baixo, bem como bateria e percussão não convencionais, junto com uma leve orquestração de 4 trompetes e uma flauta, e um toque delicado das cordas (12 violinos, 4 violas e 4 violoncelos). Ao final da composição, Oberdam Magalhães tocou e cantou com sua flauta." O resultado é a faixa "Sylvia".

"Presente Grego" é talvez a faixa mais funk do álbum. "Essa música foi influenciada pelo soul e pelo funk americanos", diz Verocai. "Por volta de 1972, muitos músicos da minha geração tinham várias influências, que permitiam nos distanciar da música mais convencional. "Presente Grego" é uma expressão que vem do Cavalo de Tróia, um presente dos gregos que escondia os guerreiros que derrotariam os troianos. Como nossa ditadura militar que, sob a aparência de um governo correto, praticava a censura e a opressão", explica ele.

Somados aos elementos de funk e soul, o disco tem vários solos de artistas obviamente influenciados pelo jazz. Confira em "Pelas sombras" ou "Karina", onde os saxofones passeiam sobre os rítmos brasileiros. "Minhas preferências musicais vão de Bach e Villa-Lobos aos músicos de jazz como Tom Jobim, Milton Nascimento, Miles Davis, Herbie Hancock, Oscar Peterson, Wes Montgomery e Bill Evans", diz Verocai.

Nos anos que se seguiram ao lançamento desse álbum, Arthur Verocai se tornou um músico publicitário, criando jingles para clientes como Brahma, Fanta, Petrobrás, e Souza Cruz, chegando a ganhar o prêmio "Colunistas" por diversos trabalhos.

Lançou apenas mais dois álbuns com músias inéditas, em 2002 e 2008.

O limbo em que a carreira musical de Verocai havia caído foi rompido a partir de uma redescoberta de sua obra por (pasmem) rappers americanos, virando cult e sampleado por artistas como Ludacris e Little Brother. Como resultado, Verocai foi convidado para a gravação de um DVD em Los Angeles, com uma banda de 30 músicos brasileiros, para uma platéia de 1200 pessoas. O DVD faz parte do projeto Timeless, que reuniu alguns arranjadores que tiveram seus trabalhos resgatados pelo hip hop em CDs e DVDs.

Texto adaptado do site da | Gravadora Ubiquity

1972 | ARTHUR VEROCAI

01. Caboclo
02. Pelas Sombras
03. Sylvia
04. Presente Grego
05. Dedicada a Ela
06. Seriado
07. Na Boca do Sol
08. Velho Parente
09. O Mapa
10. Karina (Domingo no Grajaú)

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segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Belchior

Um disco indispensável para quem quer conhecer Belchior e entender sua ideologia, sem duvida, é o disco Alucinação de 1976, o segundo disco do cantor...

Nesse disco você vai encontrar musicas como Apenas um rapaz Latino Americano, Como nossos pais, Alucinação, A Palo Seco e varias outras que sem duvida expressam bem o sentimento da juventude de esquerda da época e as que viriam nas gerações seguintes.

Um disco totalmente atual na sua abordagem, com uma visão pessimista de mundo porem realista e pragmática.

Quem não conhece Belchior e quer conhecer o artista esta ai a oportunidade...

1976 | ALUCINAÇÃO

01 | Apenas Um Rapaz Latino-Americano
02 | Velha Roupa Colorida
03 | Como Nossos Pais
04 | Sujeito De Sorte
05 | Como O Diabo Gosta
06 | Alucinação
07 | Não Leve Flores
08 | A Palo Seco
09 | Fotografia 3 X 4
10 | Antes Do Fim

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sábado, 10 de novembro de 2018

Cilibrinas do Éden


No mundo da música, se tornam folclore as histórias de “álbuns perdidos”, discos que foram gravados, mas não foram lançados durante anos, ou mesmo só “vazaram” para o público através de edições piratas. “Smile”, dos Beach Boys, “Cocksucker Blues”, dos Rolling Stones (esse, no caso, apenas um single), “The Ties That Bind”, de Bruce Springsteen & E Street Band, “Tecnicolor”, d’Os Mutantes e “Black Album”, do Prince, são alguns exemplos que nos levam a preciosidade presente neste texto.

Em 1972, Rita Lee estava confusa. Ela já tinha dois discos solos na bagagem que não cortavam o cordão umbilical com Os Mutantes – o primeiro, “Build Up”, de 1970, havia sido produzido por Arnaldo Baptista e Rogério Duprat, e o segundo, “Hoje é o Primeiro Dia do Resto da Sua Vida”, de 1972, era um disco d’Os Mutantes creditado a ela – mas havia finalmente deixado a banda (ou, segundo a própria, convidada a se retirar) e não queria aceitar o conselho do diretor da gravadora Phillips, André Midani, de sair em carreira solo.

Rita era amiga de Lucia Turnbull, uma paulistana que, como ela, havia morado dois anos em Londres, e também participado das gravações de “Hoje é o Primeiro Dia do Resto da Sua Vida” fazendo vocais. Com Lucia, Rita Lee decidiu formar a dupla Cilibrinas do Éden, buscando uma sonoridade calcada em violões e nos doces vocais de ambas, que soavam maravilhosamente bem juntos. “Cilibrina”, na gangue d’Os Mutantes, era a palavra código para maconha.

A dupla negociou um contrato com a gravadora, e logo foi escalada para tocar no mega-show Phono 73, um festival de música realizado no Centro de Convenções do Anhembi, em São Paulo, entre os dias 10 e 13 de maio de 1973, que reuniu todo o elenco de contratados da Phillips, ou seja, o “crème de la crème” da música brasileira da época (a lista, imensa, trazia Caetano, Chico Buarque, Elis Regina, Jorge Ben, Raul Seixas, Wilson Simonal, Fagner, Erasmo Carlos, Gal Costa, Jards Macalé, Ronnie Von, Odair José e muitos, muitos outros).

E a estreia da Cilibrinas do Éden, numa quinta-feira, 10 de maio, abrindo para Os Mutantes, não poderia ter sido… pior. Com músicas desconhecidas, vaias retumbantes soaram durante a apresentação das moças no Anhembi. Rita sacou ali que o público não aceitaria bem um som tão acústico, e tratou de montar uma banda mais rock n’ roll, afinal, os tempos não estavam para sutilezas. Rita encontrou o Lisergia, grupo do guitarrista Luis Sérgio Carlini e do baixista Lee Marcucci, e partiu para o processo de composição e gravação do álbum d’as Cilibrinas.

O disco deveria se chamar “Tutti Frutti”, e as gravações ocorreram ao vivo em dezembro de 1973, no estúdio Eldorado, em São Paulo, sob coordenação de Liminha, em sua primeira produção. O resultado não agradou André Midani, que preferia muito mais Rita Lee solo do que um novo grupo, e vetou o projeto antes do disco ir para a fábrica. Antonio Bivar, então habitué da corte de Rita, conta que a produção foi caótica, divertida e amadora, e se a gravação não chegou ao mercado, tem como mérito ter servido para formar o que seria o embrião da nova banda de Rita Lee, a Tutti Frutti.

A única música aproveitada das sessões d’As Cilibrinas, e regravada para o LP de estreia de Rita Lee com o Tutti Frutti (“Atrás do Porto Tem uma Cidade”, 1974) foi “Mamãe Natureza”, justamente o primeiro clássico de sua carreira solo. Nesse disco, uma música foi o pivô da saída de Lucia Turnbull da banda: “Menino Bonito” tinha uma levada totalmente a lá Cilibrinas, com duas vozes e violões. Qual não foi a surpresa quando o disco ficou pronto, e à revelia da banda, a produção (de Mazola) apagou a voz de Lucia deixando apenas a de Rita com acompanhamento de pianos e cordas.

O sucesso só viria para Rita Lee e o Tutti Frutti, sem Lucia, no ano seguinte, em outra gravadora (Som Livre), e com outro LP (“Fruto Proibido”, de 1975, produzido por Andy Mills, também produtor de Alice Cooper), mas isso já é outro capítulo. Lucia Turnbull ainda participaria do disco/turnê “Refestança”, de Rita com Gilberto Gil, em 1977, e teria um certo reconhecimento emplacando “Aroma”, disco de 1980 lançado pela EMI-Odeon (e até hoje não relançado em CD).

Como um bom “álbum perdido”, a estreia d’As Cilibrinas do Éden circulou durante anos em fitinhas K7, nas mãos dos fãs mais descolados, e quase foi lançado oficialmente nos anos 2000 pelo pesquisador Marcelo Fróes, que esbarrou em questões financeiras, pois Lucia Turnbull, segundo entrevista ao jornal Folha de São Paulo, não aceitou a proposta de divisão de valores, alegando que o disco é de uma banda, não só de Rita, e o projeto foi engavetado.

Texto | André Fiori

1973 | CILIBRINAS DO ÉDEN

01. Cilibrinas Do Éden
02. Festival Divino
03. Bad Trip (Ainda Bem)
04. Vamos Voltar ao Princípio Porque Lá é o Fim
05. Paixão da Minha Existência Atribulada
06. Gente Fina é Outra Coisa
07. Nessas Alturas dos Acontecimentos
08. E Você Ainda Duvida
09. Minha Fama de Mau
10. Mamãe Natureza
11. Hoje é o Primeiro Dia do Resto da Minha Vida
12. Mande um Abraço Para a Velha

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quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Azymuth


História
O grupo nasceu junto com a cervejaria Canecão em três palcos diferentes Zé, Alex e Mamão atuavam com seus grupos,revezando as apresentações Mamão com os “Youngsters”, Alex com um trio de bossa-nova e Zé Roberto resolveu se juntar com os caras que ele admirava outros pinguins. Maestro arranjador Zé Roberto Bertrami não parava nunca,hora escrevendo, hora gravando,hora tocando.

Contratado pela Philips (posteriormente Phonogram) os três gravavam e arranjavam as bases dos sucessos da época, entre eles estavam Raul Seixas, Tim Maia , Erasmo Carlos, MPB-4, Marcos Valle, Erlon Chaves, Sérgio Sampaio , Gonzaguinha e muitos outros o que totalizava 4 entre seis músicas que tocavam na Rádio Mundial e Tamoio em 1974.

Em 1970 faziam apresentações ao vivo com o grupo “Seleção” onde pretendiam fazer bailes que acabavam com o público sentado, ouvindo e aplaudindo como se fosse um show. Anos depois resolveram gravar um disco independente influenciados por seu amigo Tim Maia que já estava em estúdio fazendo, porém quando o LP ficou pronto a produção foi vendida a gravadora novata Som Livre que tratou de colocar a faixa “Linha do horizonte” na novela “Cuca Legal” o único sucesso cantado pelo grupo. O grupo passou a se chamar Azymuth por sugestão de Paulo Sergio Valle durante as gravações da trilha sonora do filme “O Fabuloso Fittipaldi”.

Em 1975 gravam “Melô da Cuíca”, música integrante da trilha sonora da novela “Pecado Capital“, o fusion samba funk trouxe o convite para o grupo participar do Festival de jazz de Montreaux na Suíça (foram os primeiros brasileiros então convidados para o evento). Logo depois de ser chamado para arranjar uma faixa do disco da Ella Fitzgerald, a cantora brasileira Flora Purim que havia recebido o prêmio demelhor cantora de jazz (Estados Unidos) daquele ano contratou o grupo para uma tourné por todo o país.

O álbum
Sonzera de primeira grandeza, power trio com um groove unico e nada de excesso de virtuosismo, a banda começou acompanhando o gênio Marcos Valle (com quem gravou discos e trilhas sonoras de filmes e novelas) e depois tomou vida prórpia e ficando mais famosa nos EUA e Europa que aqui onde não valorizam muita a música instrumental.

A maior parte do disco é instrumental, mas temos vocais em algumas como Faça de conta e Linha do Horizonte que é o hit da banda no Brasil, esses caras já faziam em plena década de 70 o que hoje é chamado de Longe Music, ou seja uma música relaxante, com harmonias belas e um groove que não deixa ninguém parado.

Texto retirado do blog | Woodstock Sound

1975 | AZIMÜTH

01. Linha Do Horizonte
02. Melô Dos Dois Bicudos
03. Brazil
04. Faça De Conta
05. Caça A Raposa
06. Estrada Dos Deuses
07. Esperando Minha Vez
08. Montreal City
09. Manhã
10. Periscópio

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