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sábado, 28 de março de 2020

Tom, Vinícius, Toquinho, Miúcha


Com o sucesso do disco Miúcha & Antônio Carlos Jobim, lançado no começo de 1977, o dono do Canecão Mário Priolli, convidou Tom Jobim e Miúcha para fazerem um show na casa. Aloysio de Oliveira, convidado para para dirigir o espetáculo, achou estranho, o Canecão sendo tão grande era loucura ser feito o show com apenas os dois, então surgiu a idéia de dividir o palco com Vinicius de Moraes e Toquinho.

Os acompanhado estava o maestro Edson Frederico regendo a orquestra de apoio e o coro formado por Beth e Aninha (filha e futura esposa de Tom, respectivamente), Olívia Hime, Georgina (filha de Vinícius) e Maria do Carmo, Ana de Holanda e Cristina Buarque (as três irmãs Buarque de Hollanda), o show foi preparado em apenas duas semanas.

O show deveria ficar por dois meses no Canecão, mas foi tão bem sucedido que a temporada foi estendida por sete meses. Depois o espetáculo foi levado para Argentina onde ficou por um mês, para São Paulo e pela Europa (Paris, Londres e Itália).

O disco foi gravado no Canecão, sendo registrados os melhores momentos do show.

Texto retiraddo de | Inclinações Musicais

1977 | GRAVADO AO VIVO NO CANECÃO

01. Abertura: Estamos Aí-Dia da Crianção-Tarde em Itapuã-Gente Humilde
02. Carta ao Tom
03. Corcovado
04. Wave
05. Pela Luz dos Olhos Teus
06. Saia do Caminho
07. Samba pra Vinicius - Vai Levando
08. Água de Beber - Garota de Ipanema - Sei Lá (A Vida Tem Sempre Razão)
09. Minha namorada
10. Chega de saudade

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quarta-feira, 18 de março de 2020

Lourenço Baeta


Eis o disco solo de Lourenço Baeta, um dos fundadores do grupo Boca Livre, o qual se destacara também por suas belas composições. Nesse LP dá para termos uma ideia mais profunda do trabalho de Baeta, musicando poemas de Cacaso, Sérgio Natureza e Aldir Blanc.

É um disco tranquilo, cheio de arranjos delicados, feitos por Baeta, Dori Caymmi e Gilson Peranzzeta, executados com extrema competência por um time de instrumentistas de peso.

Texto | Criatura de Sebo

1979 | LOURENÇO BAETA

01. Santa Marina
02. Meio-termo
03. Festa no Céu
04. Dia dos Pais
05. Cantos
06. A Última Diligência
07. Entre Aspas
08. Vapor da Traição
09. Feito Mistério
10. Luz e Sombra

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domingo, 8 de março de 2020

Raul Seixas


Raul Seixas leu o livro Hinduísta Bhagavad-Gita três vezes em sua vida. O livro, no entanto, só foi absorvido em seu próprio canto na terceira vez, quando Raul já se interessava pela filosofia e quando resolveu se inspirar para escrever a música que daria nome ao seu talvez mais bem sucedido álbum.

A parceria com o então “jornalista” Paulo Coelho, trazia um conhecimento infinitamente mais profundo para suas canções. Em comparação com as músicas compostas por outros artistas contemporâneas a Raul, “Gita“, entre outros trabalhos, possuía diversos níveis de entendimento, indo contra as letras rasas e monotemáticas da moda.

O álbum, lançado em 1974, trouxe a Raul e a Paulo a mudança drástica de suas vidas. Mudança de país, de realidade. Eles atingiram o sucesso musical absoluto com o disco de ouro. Mas estavam nos Estados Unidos, em exílio, principalmente por causa da música “Sociedade Alternativa” que evocava “A Lei“, criada pelo mago Aleister Crowley em 1904.

A música trazia o número da Besta, presente no livro do Apocalipse, na Bíblia, evocando-o como o número do homem. Uma utilização da simbologia cristã de forma radical, feita para chocar e já usada pelo próprio mago Crowley. A música, acima de tudo, dava viva a uma nova sociedade. Algo extremamente perigoso em meio a uma ditadura militar.

Durante o exílio foi que Raul Seixas teria supostamente conversado com John Lennon, qua havia se interessado pelo projeto da Cidade das Estrelas. A verdade sobre esse contato só veio a tona com o lançamento da Biografia “O Mago” de Paulo Coelho, que deixava claro que tal conversa entre os dois ídolos do Rock nunca havia acontecido.

O álbum ainda trouxe a música “Trem das 7” em um dos primeiros momentos em que Raul usaria a analogia do trem para ilustra a vida. Analogia trazida novamente à tona por Paulo Coelho em seu mais recente livro, “O Aleph“. O contexto filosófico dessa analogia foi posteriormente e profundamente analisado no livro “Metamorfose Ambulante” de Mário Lucena e colaboradores.

Um dos grandes méritos de Raul estava no fato de conseguir abordar questões tão densas de forma leve, por vezes quase infantil. A genialidade do artista se mostrava afinada ainda em momentos como na irônica “Super Heróis“, rasgando a realidade do momento em duras críticas disfarçadas em um rock simples, de levada quase boba.

“Medo da Chuva“, uma das letras mais belas já escritas, falando declaradamente de uma espécie de liberdade que ultrapassa a que nos damos o direito de vivenciar, é mais um dos hinos impressos na carreira de Raul. Com linhas de harpa e orquestra, desfecho com coral e a participação de muitos músicos, mostra que os arranjos foram lapidados ao extremo.

E finalmente o hino “Gita“. Baseada no fragmento de texto do Bhagavad-Gita onde Arjuna interroga Krishna sobre seu significado, onde este responde:

“Entre as estrelas sou a lua… entre os animais selvagens sou o leão… dos peixes eu sou o tubarão…. de todas as criações eu sou o início e também o fim e também o meio… das letras eu sou a letra A… eu sou a morte que tudo devora e o gerador de todas as coisas ainda por existir… sou o jogo de azar dos enganadores…”

“Gita“, ao meu ver, mudou um pouco a face musical do país. Uma música com tamanha qualidade filosófica e poética, mantendo o contexto pop e sendo ouvida por multidões só pode confirmar para mim o tamanho da inteligência de Raul. Não há outro artista no Brasil que tenha sequer chegado perto dessa conquista.

Texto | Thiago Kerzer

1974 | GITA

01. Super Heróis
02. Medo da Chuva
03. As aventuras de Raul Seixas na Cidade de Thor
04. Água Viva
05. Moleque Maravilhoso
06. Sessão das Dez
07. Sociedade Alternativa
08. O Trem das 7
09. S.O.S
10. Prelúdio
11. Loteria da Babilônia
12. Gita

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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Sérgio Ricardo

Sabe o maluco que quebrou o violão no festival da Record de 67?

Então, acabou que além de músico, o cara é diretor de cinema e arrasa nos filmes que nem com o violão quebrado.

E porra, músicos são amiguinhos! O filme de 75 do Sergio Ricardo (o cara do violão), conta com a participação do Alceu Valença e do Geraldo Azevedo (é meio difícil às vezes saber quem é quem…) que dão pro já psicodélico longa uma cara ainda mais louca que marca a tela com a cara do cinema novo brasileiro.

Girando em torno do conflito entre os trabalhadores rurais e o senhor de terra (senhor feudal? quase…), passando pelas motos dos jagunços contratados a fim de impedir as revoltas camponesas, o filme mostra de modo meio realista e meio que cheio de metáforas e atuações dionisíacas, como se dá a questão da divisão da terra no sertão brasileiro (spoiler: é uma merda). “A Noite do Espantalho” ainda trata de questões românticas explorando alguns dos personagens mais a fundo, mostrando inclusive suas angústias políticas.

Dirigido pelo Serginho, o filme conta com músicas de sua autoria compostas exclusivamente pro musical e que se encaixam na história num modelo meio de ópera, musicando as falas dos personagens em sua quase total discursividade e se apropriando muitas vezes do recurso do coro (teatro grego no sertão?) na voz da multidão.

Texto retirado de | Crush em Hi-Fi

1974 | A NOITE DO ESPANTALHO

01. Canção do Espantalho
02. História Qe Se Conta
03. Meu Nome é Zé do Cão
04. Pena e o Penar
05. Tulão das Estrelas
06. Pé na Estrada
07. Noite de Maria
08. Mutirão
09. Festa do Mutirão
10. Briga de Faca
11. Martelo a Bala e Facão
12. Macauã

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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

União Black


Um dos nomes mais importantes no surgimento do movimento Black Rio, a Banda União Black foi formada em 1975 e foi uma das primeiras bandas a realmente tocar soul music no país. Com um estilo que fundia o soul e o funk americanos com o suíngue brasileiro, os cariocas Ivan Tiririca (bateria), Dom Luiz (vocal), Bira (sopros), Lula Barreto e Cláudio Café (guitarra) fizeram história e realizaram o circuito dos principais Bailes Black no Rio de Janeiro e São Paulo por vários anos.

“No ano de 1977 gravou o disco “Banda União Black”, pela Polydor, no qual foram incluídas “Geração black”, “A vida”, “Só eu e você”, “União black”, “Black Rio”, “Voulez vous”, “Melô do bobo”, “Abelha africana”, “Sou só”, “Quando alguém está dormindo”, “A família black” e “Laço negro”. A banda ficou quase duas décadas sem nenhuma atividade e no ano de 2004, com integrantes originais da primeira formação, participou do disco “Black music Brasil”, do qual também fizeram parte Carlos Dafé, Lúcio Sherman, Don Mita, Mariano Brown, Luís Vagner, Valmir Mello, Don Richard e Paulinho de Souza.

No CD, lançado pleo selo SomSicam, interpretou três faixas: “Eu pensei” (Bira e Mariano Brown); “Cris vacilou” (Ivan Tiririca, Lula C. Barreto e Cláudio Café) e “Zorra total” (Cláudio Café, Ivan Tiririca e Lula C. Barreto).”

Texto retirado de | Dicionário Cravo Albin

1977 | UNIÃO BLACK

01. Geração Black
02. A Vida
03. Só Eu e Você
04. União Black
05. Black Rio
06. Voulez-vous
07. Melô do Bobo
08. Abelha Africana
09. Sou Só
10. Quando Alguém Está Dormindo
11. A Família Black
12. Laço Negro

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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Vímana


Uma das bandas é a Vímana, com um misto de arranjo, jazz e um rock progressivo, teve quatro formações na década de 70 com os nomes mais importantes da música brasileira, que são queridos e conhecidos até hoje.

A primeira formação (1974 a 1975) contava com os músicos Lulu Santos (vocal e guitarra), Luiz Paulo Simas (teclados), Fernando Gama (baixo e vocal) e Candinho (bateria). Nesse período Vímana trabalhava para outros músicos em estúdios, mas não deixavam de se apresentar ao público, principalmente no Museu de Arte Moderna e nos teatros do Rio de Janeiro. Enfrentou uma época difícil com a ditadura e um Brasil que não estava preparado para esse novo estilo musical, mas eles acreditavam que aos poucos cairiam no gosto das pessoas. Em 1975, Candinho saiu da banda, dando origem à nova formação.

Esta nova formação (1975 a 1977), a mais lembrada quando falamos da banda Vímana, composta ainda por Lulu Santos (guitarra e vocal), Luiz Paulo Simas (teclados e vocal), Fernando Gama (baixo) e com os novos integrantes Ritchie (vocal e flauta) e Lobão (bateria), lançaram um compacto Zebra, que na época foi arquivado pela gravadora, que alegou falta de público do rock no Brasil. Até um LP com 12 faixas foi gravado, o Álbum On the Rocks, porém não foi lançado e os integrantes, nos dias de hoje, não sabem ao certo onde estão essas faixas, que ficaram no “virtual”, acredita-se que ficou com Lulu Santos.

Já na terceira formação, ainda em 1977, um novo integrante entrou para a banda: Patrick Moraz (teclados, ex-Yes), músico suíço que veio ao Brasil com o interesse de montar uma nova banda. Como o tecladista Patrick Moraz não gostava de Lulu Santos, vários desentendimentos aconteceram até que Lulu Santos foi expulso da banda pelo próprio Moraz, causando grande confusão e discórdia por todo grupo.

A quarta e última formação (1977 a 1978), novas mudanças aconteceram e ficaram como integrantes: Patrick Moraz (teclados), Luiz Paulo Simas (teclados e vocal), Fernando Gama (baixo), Ritchie (vocal e flauta) e Lobão (bateria). Por conta dos desentendimentos anteriores a banda se desfez e cada um seguiu sua carreira solo. E novos sucessos do Rock nacional dos Anos 80, como Lulu Santos, Lobão e Ritchie surgiram e fazem sucesso até os dias de hoje.

Texto retirado de | Rock Nacional Anos 80

1977 | ON THE ROCKS

01. Perguntas
02. Masquerade
03. On the Rocks
04. Cada Vez
05. Zebra
06. Maya
07. Lindo Blue
08. Masquarade
09. Avô do Jabour
10. Perguntas
11. Riacho do Navio
12. Antonio Conselheiro

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terça-feira, 28 de janeiro de 2020

São Quixote


Esta é a banda paulista São Quixote, originária de outra, o Moto Perpétuo, banda de onde surgiu o cantor e compositor Guilherme Arantes.

O Moto Perpétuo era uma banda com pitadas de rock progressivo, surgida em 1973, da qual faziam parte além de Guilherme, os músicos Egydio Conde, Diogenes Burani, Gerson Tatini e Cláudio Lucci. Guilherme Arantes partiu para uma muito boa carreira solo. Egydio seguiu para o Som Nosso de Cada Dia.

Porém, no início da década de 80, três membros da banda, Claudio Lucci, Gerson Tatini e Diógenes Burani voltaram a se reunir, juntamente com a violonista e cantora Mônica Marsola para gravar este lp, o São Quixote, que para muitos é também considerado um disco do Moto Perpétuo.

Até porque, neste trabalho há ainda a participação especial de Guilherme Arantes, presente em cinco faixas do disco. Em resumo, trata-se de um disco na mesma linha do primeiro e único do Moto Perpétuo.

Uma produção independente, limitada e hoje ainda mais rara.

Texto retirado de | Toque Musical

1981 | SÃO QUIXOTE

01. São Quixote
02. Buon Giorno, Boy
03. Só Para Raros E Velhos
04. Fumaça
05. Livre Demais
06. Mea Culpa
07. Mais Um Longo Dia
08. Confraria
09. Cem Anos de Solidão
10. Soy Criatura
11. Buenos Dias
12. América

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sábado, 18 de janeiro de 2020

Guilherme Arantes


A capa mostra um jovem cabeludo e solitário andando por uma rua vazia do centro de uma cidade urbana, indo em direção a um piano. O título leva apenas o nome do tal jovem: Guilherme Arantes.

Com 23 anos de idade e um disco anterior no currículo, como líder do grupo Moto Perpétuo, o cantor, compositor e tecladista paulistano iniciava sua carreira solo com força total. E não só pelo fato de o álbum trazer como atrativo Meu Mundo e Nada Mais, canção incluída na trilha da novela global Anjo Mau e certamente a que maior repercussão obteve, entre todas as tocadas naquela “telelágrima”. O LP pode ser considerado uma espécie de pontapé inicial no pop nacional em nível internacional.

Tudo aqui é de alta qualidade. Arranjos, músicos participantes (até o célebre flautista Altamiro Carrilho marca presença!), vocais…… Mas o que chama mesmo a atenção é o forte conteúdo e personalidade de cada uma das dez canções.

Minha favorita é a intensa Cuide-se Bem, advertência a quem é obrigado a conviver com a violência do dia-a-dia da vida moderna, lançada em 1976 e ainda atual em 2009. Nave Errante evoca a juventude, a coragem e a curiosidade, enquanto A Cidade e a Neblina envereda por rumos semelhantes com um pique rock and roll dançante. Descer a Serra (Sorocabana) é puro bom humor e diversão. E por aí vai.

Guilherme as interpreta de forma personalizada, com voz agradável e carismática, e seus teclados são executados de forma madura e swingada, como uma espécie de Elton John brazuca.

Guilherme Arantes, o CD, diverte, faz dançar, evoca romantismo e idealismo, mas principalmente nos envolve com sua aura positiva.

Era o pontapé inicial de uma carreira brilhante, repleta de momentos luminosos, canções lindas e honestidade de propósitos, sempre. Uma estrada aberta que, felizmente, continua sendo trilhada por este verdadeiro mestre do pop à brasileira.

Texto | Fabian Chacur

1976 | GUILHERME ARANTES

01. A Cidade e a Neblina
02. Águas Passadas
03. Lamento lhe Encontrar Triste
04. Descer a Serra (Sorocabana)
05. Meu Mundo e Nada Mais
06. Nave Errante
07. Cuide.Se Bem
08. Pégaso Azul
09. Antes da Chuva Chegar
10. Não Fique Estática

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quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

Flora Purim


Open Your Eyes You Can Fly é o terceiro disco solo internacional da cantora de jazz Flora Purim e o quarto se considerarmos o primeiro disco dela lançado nos anos 60 no Brasil numa sonoridade mais bossa nova.

Um disco com uma sonoridade mais elétrica e funk que os outros da grande Flora, destaque para as performances de Hermeto nos solos de flauta e do super baixista Alphonso Johonson e dua pegada jazz funk.

Texto retirado de | Woodstock Sound

1976 | OPEN YOUR EYES YOU CAN FLY

01. Open Your Eyes You Can Fly
02. Time's Lie
03. Sometime Ago
04. San Francisco River
05. Andei (I Walked)
06. Ina's Song (Trip to Bahia); Transition
07. Conversation
08. Medley: White Wing (Asa Branca)-Black Wing

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sábado, 30 de novembro de 2019

Veludo


A história da banda carioca Veludo, surgida no inicio dos anos 70, é tão obscura quanto a de qualquer outra banda daquela época - como Módulo 1000, A Bolha, Vímana , Peso e Scaladacida. Era um tempo onde a juventude queria ir além do Tropicalismo, que era mais acessível, e beber das fontes importadas de bandas como Yes, ELP e King Crimson. Enquanto no Brasil, os únicos grupos que tinham um certo reconhecimento, como Mutantes e Terço, só se apresentavam mais pelo interior do estado, haviam também outros que ganhavam muito dinheiro cantando em inglês e se apresentando na TV e nas capitais, como o Pholhas e Menphis, seguindo a linha de Morris Albert (cantor de Fellings).

Em contrapartida, surgiria em 1974, o Veludo, sob a liderança do tecladisda e compositor Elias Mizrahi. Tinha ainda em sua formação o guitar-hero Paulo de Castro e o ex-Bolha, considerado por muitos como o melhor baterista carioca, Gustavo Schoeter (que depois tocaria na Cor do Som) e, no baixo, Pedro Jaguaribe. Antes disso se chamava Veludo Elétrico e chegou a ter entre seus integrantes: Lulu Santos e Fernando Gama (que saíram para formar o lendário Vímana), Rui Motta, Tulio Mourão e Luciano Alvez (que passaram pelos Mutantes, liderado por Serginho Dias). Fernando Gama integraria depois o Boca Livre, Tulio Mourão tocaria com Milton Nascimento entre outros, e Luciano Alvez nos primeiros discos de Pepeu Gomes.

O som do grupo nessa época era basicamente calcado no hard-rock, talvez com toques de Deep Purple, e muito improvisado. Muitas vezes parececiam que tocavam tão alucinados que iriam se perder no meio dos temas. Natural, pois o Veludo Elétrico fez muitos shows pelo Rio de Janeiro tocando Rolling Stones, mas a proposta do agora "Veludo" já se destanciava bastante da original. Contudo, a fama da banda se espalhava com enorme repercurssão. Diversas eram as dificuldades naqueles anos (1974-1975), pois nenhuma gravadora estava disposta a levá-los para o estúdio e investir; o som era muito mais experimental. Aliás, de experimental no Brasil, só o Hermeto Pascoal conseguiu alguma coisa, mesmo assim teve que sair do país.Por causa disso, alguns fãs levavam gravadores para as apresentações afim de obter registros das músicas e assim, no início dos anos 90, surge o disco 'Veludo ao Vivo' (1975), fruto da atitude de um fã que teve a coragem de prensar 2000 cópias e, dessa forma, prestar uma valiosa contribuição para a história do rock nacional. O som foi gravado da apresentação da banda no projeto Banana Progressiva, impulsionado pelo multimídia Nelson Motta. Uma raridade imperdível, apesar da baixa qualidade técnica da gravação - o que é perfeitamente compreensível.

Texto | Brazilian Progressive Rock Blog

1975 | AO VIVO

01. Veludeando
02. Egoismo
03. Antenoriun II
04. A Chama Da Vida
05. A Única




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segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Umas & Outras


Trio vocal formado, em 1970, pelas cantoras Regininha, Dorinha Tapajós e Málu Ballona. Nesse ano, apresentou-se em shows e programas de televisão.

Suas integrantes fizeram parte do conjunto A Turma da Pilantragem, idealizado por Nonato Buzar. Com a dissolução do grupo, André Midani e Armando Pittigliani, respectivamente presidente e diretor artístico da gravadora Philips (atual Universal Music), sugeriram que as cantoras continuassem atuando juntas.

O trio gravou, em 1970, o LP "Poucas e boas", contendo as faixas "Abrace Paul McCartney por mim" e "Please, garçon", ambas de Joyce, "Loura ou morena" (Haroldo Tapajós e Vinicius de Moraes), "Caminhão amarelo" (Nelson Angelo), "No Nepal tudo é barato" (Fredera), "Oh" (B. Gay e A.H.Johnson, vrs: Haroldo Barbosa), "Serolav ou Oh, meu Brasil" (Chico Lessa, Tavito e Mariozinho Rocha), "Primaverando" (Ivan Lins e Ronaldo Monteiro de Souza), "Trem noturno" (Paulinho Machado), "Ondas médias" (Antônio Adolfo e Tibério Gaspar), "Pigmaleão 70" (Marcos Valle, Novelli e Paulo Sérgio Valle) e "My love, my love" (Tom Carlos e Fernando Sérgio). O disco foi produzido por Nelson Motta.

Participou, também, de trilhas sonoras de novelas da TV Globo, com as músicas "Pigmaleão 70", "Ondas médias" e "Quarentão simpático" (Marcos e Paulo Sérgio Valle).

Com a dissolução do trio, em 1971, Regininha e Málu partiram para carreiras individuais e Dorinha Tapajós passou a fazer parte do Quarteto em Cy.

Texto retirado do blog | Brazilian Nuggets

1970 | POUCAS E BOAS

01. Abrace Paul McCartney Por Mim
02. Caminhão Amarelo
03. No Nepal Tudo é Barato
04. Oh!
05. Serolav ou Oh! Meu Brasil
06. Primaverando
07. Trem Noturno
08. Loura ou Morena
09. Ondas Médias
10. Pigmaleão 70
11. My Love, My Love
12. Please Garçon

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quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Ney Matogrosso


Em 1974 a banda Secos e Molhados estava no auge, seu primeiro disco tinha vendido mais de Um milhão de cópias e se tornava um marco dentro da música brasileira. Após uma turnê no México, o vocalista Ney Matogrosso ficou sabendo que a banda tinha assinado alguns documentos e sem perceber assinaram um documento que autorizava a troca do empresário da banda. A partir daí Ney ficou decepcionado com os novos rumos do grupo e decidiu que iria sair da banda, logo após a gravação do segundo disco.

Para surpresa de Ney, ele descobriu que não tinha contrato com a gravadora e que estava livre para fazer o que bem entendesse. Fechou então um contrato com a gravadora Continental e acabou conhecendo em um show o maestro argentino Astor Piazzola. Piazzola convidou Ney para ir até a Itália para gravar duas músicas com ele. As músicas “As ilhas” e “1964” foram mostradas para a gravadora Continental, que gostou muito do resultado.

Em 1975, Matogrosso reuniu uma banda com vários músicos experientes, para começar a fazer os arranjos daquele que seria seu primeiro disco solo. Os ensaios para o disco se tornavam enormes jam sessions e a cada vez que as músicas eram tocadas surgiam um novo solo e um novo arranjo. Foi preciso Ney organizar as coisas para que finalmente as músicas tivessem uma cara definitiva.

Produzido por Billy Bond, Água do Céu Pássaro saiu em 1975 e para Ney Matogrosso o disco era uma carta de intenções, estava ali tudo que ele pensava a respeito do universo musical, as suas influências e a forma de expressão que ele queria utilizar em sua arte. Ney não queria nenhum tipo de silêncio no disco, então foram utilizados diversos sons da natureza, como água, vento e animais nos intervalos das faixas. A capa do disco mostra um artista “animalizado”, meio homem, meio bicho, reforçando o contexto artístico do álbum.

“Homem de Neanderthal” de Sá e Guarabyra abre o disco com sons da natureza e o grito primal de Ney Matogrosso. “Corsário”, música de João Bosco, tem sons de cítara misturados com a percussão brasileira, com uma letra poética. “Açucar candy” é a mais roqueira do disco, e tem uma letra com referências eróticas, enquanto “Pedra de rio” é um dos momentos mais bonitos do álbum, com a interpretação sempre fantástica de Matogrosso.

“Bodas” de Milton Nascimento e Ruy Guerra é um épico de 7 minutos, com um clima tenso e refrão explosivo, com uma letra que fala sobre a colonização portuguesa no Brasil. “Coubanakan” tem um ritmo latino envolvente, enquanto “América do sul” se tornou um clássico na carreira de Ney e foi o primeiro videoclipe feito no Brasil. Na versão em cd ainda saíram como bônus as duas músicas gravadas com Piazzolla e lançadas em compacto na época, “Ilhas” e “1964”.

Água do Céu Pássaro foi o marco inicial de uma carreira solo muito bem sucedida de Ney Matogrosso. O disco era uma evolução ao som dos Secos e Molhados, mostrando uma riqueza de arranjos e qualidade nas letras que viraram marca registrada no trabalho do cantor. O disco não teve um grande sucesso comercial, mas artisticamente teve muito impacto e é um dos mais impressionantes registros feitos na música brasileira. Após este álbum Ney lançou o disco Bandido e teve grande êxito comercial e daí por diante sua carreira só gerou grandes momentos.

Texto retirado do blog | O Rock Ainda Não Morreu

1975 | ÁGUA DO CÉU - PÁSSARO

01. Homem De Neanderthal
02. Corsário
03. Açúcar Candy
04. Pedra De Rio
05. Idade De Ouro
06. Bodas
07. Mãe Preta (Barco Negro)
08. Coubanakan
09. América Do Sul
10. As Ilhas
11. 1964 (II)

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