A TRILOGIA PSICODÉLICA DE RONNIE VON
Quem assiste hoje em dia ao programa Todo Seu da TV Gazeta, pode não suspeitar que aquele elegante senhor que apresenta o programa teve uma fase de rebeldia psicodélica em sua carreira musical, tendo um de seus discos desta fase considerado um dos melhores discos de rock psicodélico de todos os tempos por uma revista europeia.
Em 1969, Ronnie Von já era um cantor de sucesso e já tinha apresentado um programa de televisão chamado O Pequeno Mundo de Ronnie Von. Este programa concorria com o programa A Jovem Guarda e procurava levar artistas diferentes daqueles que iam ao programa de Roberto Carlos. Os grandes nomes do Tropicalismo como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Os Mutantes, tiveram suas primeiras aparições televisivas no programa de Ronnie Von.
Mesmo não sendo um grande cantor, Ronnie Von alcançou o sucesso graças ao seu carisma e talento natural, com as músicas “Meu bem” e “A praça”. Graças também aos seus olhos azuis e sua bela cabeleira, conquistando o público feminino, que ficava ouriçada quando o via cantar.
Ronnie Von poderia muito bem manter seu status de cantor de sucesso e galã, mas como todo grande artista, quis quebrar este paradigma e se aventurou em uma viagem musical, fazendo três discos que fugiam do lugar comum e tinham como grandes características a psicodelia e o experimentalismo.
Segundo Alberto Sacomani, que produziu os três álbuns desta fase, Ronnie queria com estes discos romper de uma vez a rivalidade com Roberto Carlos. Enquanto Roberto era considerado o “Rei”, Ronnie Von ganhou a alcunha de “Princípe”. Diz a lenda que a música “Querem acabar comigo” de Roberto Carlos, fala sobre a sucesso de Ronnie Von que estaria ofuscando o sucesso de Roberto.
Em 1968, lançou o disco homônimo Ronnie Von que foi o primeiro desta “trilogia” psicodélica. Com este disco o cantor se aproximou de vez do Tropicalismo, pois teve a ajuda nos arranjos e concepções musicais do maestro Damiano Cozzela, parceiro de Rogério Duprat, um dos arquitetos do som da Tropicália. Dentre as grandes canções deste disco podemos destacar o clima libertário de “Meu novo cantar”, com Ronnie recitando no começo da música, o concretismo de “Espelhos quebrados” (que começa ao som de espelhos sendo quebrados) ou os visionários arranjos de músicas como “Mil novecentos e além” e “Tristeza num dia alegre”.
1968 | RONNIE VON
01. Meu Novo Cantar
02. Chega de Tudo
03. Espelhos Quebrados
04. Silvia: 20 Horas, Domingo
05. Menina de Tranças
06. Nada de Novo
07. Lábios que Beijei
08. Esperança de Cantar
09. Anarquia
10. Mil Novecentos e Além
11. Tristeza Num Dia Alegre
12. Contudo Todavia
13. Canto de Despedida
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Em 1969, Ronnie Von já era um cantor de sucesso e já tinha apresentado um programa de televisão chamado O Pequeno Mundo de Ronnie Von. Este programa concorria com o programa A Jovem Guarda e procurava levar artistas diferentes daqueles que iam ao programa de Roberto Carlos. Os grandes nomes do Tropicalismo como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Os Mutantes, tiveram suas primeiras aparições televisivas no programa de Ronnie Von.
Mesmo não sendo um grande cantor, Ronnie Von alcançou o sucesso graças ao seu carisma e talento natural, com as músicas “Meu bem” e “A praça”. Graças também aos seus olhos azuis e sua bela cabeleira, conquistando o público feminino, que ficava ouriçada quando o via cantar.
Ronnie Von poderia muito bem manter seu status de cantor de sucesso e galã, mas como todo grande artista, quis quebrar este paradigma e se aventurou em uma viagem musical, fazendo três discos que fugiam do lugar comum e tinham como grandes características a psicodelia e o experimentalismo.
Segundo Alberto Sacomani, que produziu os três álbuns desta fase, Ronnie queria com estes discos romper de uma vez a rivalidade com Roberto Carlos. Enquanto Roberto era considerado o “Rei”, Ronnie Von ganhou a alcunha de “Princípe”. Diz a lenda que a música “Querem acabar comigo” de Roberto Carlos, fala sobre a sucesso de Ronnie Von que estaria ofuscando o sucesso de Roberto.
Em 1968, lançou o disco homônimo Ronnie Von que foi o primeiro desta “trilogia” psicodélica. Com este disco o cantor se aproximou de vez do Tropicalismo, pois teve a ajuda nos arranjos e concepções musicais do maestro Damiano Cozzela, parceiro de Rogério Duprat, um dos arquitetos do som da Tropicália. Dentre as grandes canções deste disco podemos destacar o clima libertário de “Meu novo cantar”, com Ronnie recitando no começo da música, o concretismo de “Espelhos quebrados” (que começa ao som de espelhos sendo quebrados) ou os visionários arranjos de músicas como “Mil novecentos e além” e “Tristeza num dia alegre”.
1968 | RONNIE VON
01. Meu Novo Cantar
02. Chega de Tudo
03. Espelhos Quebrados
04. Silvia: 20 Horas, Domingo
05. Menina de Tranças
06. Nada de Novo
07. Lábios que Beijei
08. Esperança de Cantar
09. Anarquia
10. Mil Novecentos e Além
11. Tristeza Num Dia Alegre
12. Contudo Todavia
13. Canto de Despedida
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Mas o grande destaque deste disco é a música “Anarquia”. Enquanto Roberto Carlos cantava com sua caretice de sempre “É ciúme/ Ciúme de você”, Ronnie Von na letra da música “Anarquia” chamava o povo às ruas para fazer uma tremenda anarquia, em pleno regime militar: “Pois amanhã vamos pra rua fazer / Fazer uma tremenda anarquia / Pintar as ruas de alegria / Porque quem manda hoje somos nós, mais ninguém /E não ligamos pra quem vai nem quem vem atrapalhar /Há quem nos queira atrapalhar”.
O esquema de gravação do disco era na base criou – gravou, não havia pré-produção sendo que os músicos ficavam o dia inteiro trancados no estúdio fazendo experimentações e novos arranjos. O disco ainda foi gravado em uma época em que a gravadora de Ronnie Von estava sem diretor, o que deu mais liberdade para o artista.
Em 1969, dando continuidade a esta fase experimental de sua carreira, lançou o disco A Misteriosa Luta do Reino do Parassempre contra o Império do Nunca Mais. Destaque para as músicas “De como meu herói Flash Gordon irá me levar” e versões em português de “Morning Girl” e “I Started a Joke” e “Regina e o mar”.
1969 | A MISTERIOSA LUTA DO REINO DE PARASSEMPRE CONTRA O IMPÉRIO DE NUNCA MAIS
01. De Como Meu Herói Flash Gordon Irá Levar-me de Volta a Alfa do Centauro, Meu Verdadeiro Lar
02. Dindi
03. Pare de Sonhar Com Estrelas Distantes
04. Onde Foi
05. My Chérie Amour
06. Atlântida
07. Por Quem Sonha Ana Maria
08. Mares de Areia
09. Regina e o Mar
10. Foi Bom
11. Rose Ann
12. Comecei Uma Brincadeira
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O esquema de gravação do disco era na base criou – gravou, não havia pré-produção sendo que os músicos ficavam o dia inteiro trancados no estúdio fazendo experimentações e novos arranjos. O disco ainda foi gravado em uma época em que a gravadora de Ronnie Von estava sem diretor, o que deu mais liberdade para o artista.
Em 1969, dando continuidade a esta fase experimental de sua carreira, lançou o disco A Misteriosa Luta do Reino do Parassempre contra o Império do Nunca Mais. Destaque para as músicas “De como meu herói Flash Gordon irá me levar” e versões em português de “Morning Girl” e “I Started a Joke” e “Regina e o mar”.
1969 | A MISTERIOSA LUTA DO REINO DE PARASSEMPRE CONTRA O IMPÉRIO DE NUNCA MAIS
01. De Como Meu Herói Flash Gordon Irá Levar-me de Volta a Alfa do Centauro, Meu Verdadeiro Lar
02. Dindi
03. Pare de Sonhar Com Estrelas Distantes
04. Onde Foi
05. My Chérie Amour
06. Atlântida
07. Por Quem Sonha Ana Maria
08. Mares de Areia
09. Regina e o Mar
10. Foi Bom
11. Rose Ann
12. Comecei Uma Brincadeira
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Finalizando esta “trilogia”, Ronnie Von lançou o disco A Máquina Voadora em 1970.
O título do disco faz clara referência à aviação, uma das outras paixões do cantor além da música, sendo que ele é também piloto de avião.
Com o lançamento destes discos Ronnie quase acabou com sua carreira, devido às baixas vendagens e pelo fato do público e crítica não terem entendido o espírito destes álbuns.
Em 1973 o cantor voltou a um som mais comercial com o disco Banda da Ilusão, se afastando de vez do som Tropicalista.
Hoje estes três discos são considerados verdadeiras relíquias, vendidos por preços exorbitantes em sites de venda. Com esta fase musical Ronnie Von mostrou que era um artista diferenciado e não apenas um rostinho bonito à mercê de sua gravadora.
Até hoje Ronnie nada contra a corrente, fazendo um programa de TV que dá preferência à cultura e ao serviço social, ao contrário de programas que dão espaço para a baixaria e conteúdo inútil.
Texto | O Rock Ainda Não Morreu
O título do disco faz clara referência à aviação, uma das outras paixões do cantor além da música, sendo que ele é também piloto de avião.
1970 | A MÁQUINA VOADORA
01. A Máquina Voadora
02. Baby de Tal
03. O Verão nos Chama
04. Seu Olhar no Meu
05. Imagem
06. Continentes e Civilizações
07. Viva o Chopp Escuro
08. Enseada
09. Tema de Alessandra
10. Águas de Sempre
11. Cidade
12. Você de Azul
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01. A Máquina Voadora
02. Baby de Tal
03. O Verão nos Chama
04. Seu Olhar no Meu
05. Imagem
06. Continentes e Civilizações
07. Viva o Chopp Escuro
08. Enseada
09. Tema de Alessandra
10. Águas de Sempre
11. Cidade
12. Você de Azul
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Com o lançamento destes discos Ronnie quase acabou com sua carreira, devido às baixas vendagens e pelo fato do público e crítica não terem entendido o espírito destes álbuns.
Em 1973 o cantor voltou a um som mais comercial com o disco Banda da Ilusão, se afastando de vez do som Tropicalista.
Hoje estes três discos são considerados verdadeiras relíquias, vendidos por preços exorbitantes em sites de venda. Com esta fase musical Ronnie Von mostrou que era um artista diferenciado e não apenas um rostinho bonito à mercê de sua gravadora.
Até hoje Ronnie nada contra a corrente, fazendo um programa de TV que dá preferência à cultura e ao serviço social, ao contrário de programas que dão espaço para a baixaria e conteúdo inútil.
Texto | O Rock Ainda Não Morreu
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