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quinta-feira, 18 de julho de 2019

Toninho Horta


Este é um disco muito especial, pois além da guitarra de Toninho Horta, com seus toques oitavados e toda a sua pegada jazzística, há a presença do Pat Metheny em duas músicas: "Prato feito" e "Manuel, o audaz". Mas todo o disco é excelente, e destacamos o solo de Toninho em "Era só começo nosso fim", de Yuri Popov e Murilo Antunes.

Nesse ano de 1980, aconteceu o Monterey Jazz Festival, no Rio de Janeiro, e dentre as presenças internacionais (John Mclaughlin, Weather Report, Stanley Clarke e mais) estava o Pat Metheny Group, na época lançando o seu "American Garage". Pat era um desconhecido da maioria do público brasileiro, mas sua guitarra já havia chamado a atenção de muitos. A guitarrista e compositora Célia Vaz era sua amiga e fora aluna em Barkcley. Como estava em estúdio, Pat deu uma passada por lá e deu uma "canja", gravou em seu disco.

Neste mesmo período Pat entrou no estúdio com outro amigo, Toninho Horta, e gravou estas duas jóias presentes no álbum. Em entrevista na 92,5, antiga Globo FM, Toninho Horta comentou que após a apresentação de Pat no Brasil, já nos Estados Unidos, os dois guitarristas passaram uma temporada nas montanhas, isolados, acompanhados do Naná Vasconcelos.

Os três e somente a música. O álbum "Offramp", de Pat, reflete um pouco desse encontro, pois é nele que são exploradas as linhas melódicas e ritmos "abrasileirados" e dá um passo crucial na carreira da mais influente guitarra de jazz dos últimos 25 anos. Aqui o que vale é ouvir os dois juntos e se deliciar.

Texto retirado de | Música e Literatura

1980 | TONINHO HORTA

01. Aqui, Oh!
02. Saguin
03. Voo Dos Urubus
04. Caso Antigo
05. Prato Feito
06. Era Só Começo Nosso Fim
07. Minha Casa
08. Bons Amigos
09. Vento
10. Manuel O Audaz

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segunda-feira, 15 de julho de 2019

Os Diagonais


Quando se busca suas origens, procura-se os primeiros passos de Tim Maia, Hyldon, Cassiano, Carlos Dafé, Tony Tornado e outros pioneiros da "música negra nacional". Qual não é a surpresa ao se deparar com todos esses ídolos em torno de uma banda surgida antes do soul americano aportar no Brasil. Trata-se d'Os Diagonais, formação que sempre teve à frente Hyldon, Cassiano e seu irmão Camarão. Mas antes de misturarem "chicletesoul com sambanana", conduzem o grupo Bossa Trio, surgido em 1964.

Na época do lançamento do LP inaugural d'Os Diagonais (1969), quem chega dos Estados Unidos é Tim Maia que, depois de se meter em encrencas na terra do Tio Sam, volta louco pra fazer sucesso. Por sorte, depara-se com a trupe de Hyldon e Cassiano afiadíssima e sintonizada com as mesmas vibrações sonoras que ele. É com o grupo que Tim grava seus primeiros álbuns. Sabe aquela levada de "Coroné Antonio Bento" (Luis Wanderley e João do Vale), registrada em disco do Síndico de 1970? Então, o balanço instrumental é d'Os Diagonais.

Este mesmo álbum apresenta uma versão funkeada de "Na Baixa do Sapateiro", clássico de Ary Barroso regravado oito anos depois com sucesso por outro grupo carioca que investe na mistura samba, jazz e funk, a Banda Black Rio.

Em 1971, o time lança seu segundo disco, Cada um na sua. O título do vinil antecipa o destino de seus integrantes. E não dá outra: além da ruptura com Tim Maia, Cassiano e Hyldon partem para voos-solos. Os dois álbuns d'Os Diagonais se tornam relíquias da soul music tupiniquim. Para mostrar o tempero do grupo, esta playlist reúne faixas do disco de 1969 (as cinco primeiras) e do derradeiro, de 1971 (oito posteriores). Som na caixa!

Texto retirado de | Cultura Brasil

1969 | OS DIAGONAIS

01. Baby, Baby
02. Na Baixa do Sapateiro / Helena, Helena
03. Não Dá Pra Entender
04. Solução / Cabelos Brancos
05. Meu Sonho é Você / Sabe Deus (Sabrá Dios)
06. Meu Cariri
07. clarimunda
08. Praça Onze / Bat Macumba
09. O Trem Atrasou / Atire a Primeira Pedra
10. Terezinha de Jesus / Cala a Boca, Etelvina
11. Siga / Célia;
12. General da Banda / Vai, Que Depois Eu Vou

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1971 | CADA UM NA SUA

01. Sai De Lado
02. Adivinhe Meu Pensamento
03. Vou Perder Você
04. Todo Meu Amor
05. Atrás Do Sorriso
06. Eliana
07. Nem Adeus
08. Não Vou Chorar
09. Novos Planos Para O Verão
10. Cada Um Na Sua
11. O Mal Passará
12. Tema De Fanny

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sexta-feira, 12 de julho de 2019

Nelson Angelo & Joyce


No início da década de 1970 Nelson Angelo, um dos membros do Clube da Esquina, se juntou à parceira Joyce para gravar treze músicas acompanhados de diversos artistas consagrados. A obra “Nelson Angelo e Joyce” tornou-se um ícone da música setentista brasileira e volta às lojas num lançamento da Polysom em parceria com a Universal.

Dentre os destaques do disco, há pérolas como “Comunhão” (Nelson Angelo), “Sete Cachorros” (Nelson Angelo) e “Um Gosto de Fruta” (Nelson Angelo). Além disso, o registro conta com composições de outros eminentes do Clube, como Ronaldo Bastos e Márcio Borges. Joyce também escreve, ao lado de Bastos, “Meus Vinte Anos”, enquanto “Vivo ou Morto” tem autoria de Danilo Caymmi e José Carlos Pádua.

Rico em seus arranjos e com influências de diversos gêneros da sua época, o álbum possui participação de Lô Borges e Toninho Horta nos violões, Beto Guedes nos vocais e Wagner Tiso no cravo e órgão, entre outros músicos. Um riquíssimo registro que reúne a atuação conjunta de alguns dos maiores nomes da MPB capitaneados por Joyce e Angelo.

Texto retirado de | Bilesky Discos

1972 | NELSON ANGELO & JOYCE

01. Um Gosto De Fruta
02. Hotel Universo
03. Sete Cachorros
04. Linda
05. Comunhão
06. Ponte Nova
07. The Man From The Avenue
08. Tiro Cruzado
09. Pessoas
10. Meus Vinte Anos
11. Mantra
12. Vivo Ou Morto
13. Tudo Começa De Novo

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terça-feira, 9 de julho de 2019

Jorge Mautner


Jorge Mautner é uma figura quase mitologica no cenário musical carioca, tive a oportunidade de conversar com ele algumas(muitas) vezes na praia, durante anos frequentamos o mesmo espaço nas areias de ipanema, figuraça, meio maluco como todo gênio. As palavras abiaxo são do próprio Mautner.

A genialidade da direção musical de Gilberto Gil se destaca neste disco. Gravado no estúdio Havai, no Rio de Janeiro, constitui-se também no lançamento musical do jovem instrumentista Roberto de Carvalho, que tocou teclados. Outros grandes músicos tocaram: Tuty Moreno, Rodolfo Grani Jr., e sempre Nelson Jacobina.

A capa é de Rogério Duarte, grande artista gráfico, autor do poster de "Deus e o Diabo na Terra do Sol" e das capas tropicalistas. Aliás, foi Rogério Duarte o primeiro tropicalista que eu conheci, em 1968, quando estive incógnito no Brasil, período durante o qual eu escrevi o argumento do primeiro filme de Neville d’Almeida, "Jardim de Guerra", que foi o filme mais censurado da época militar.

O Ato Institucional número 5 abateu-se sobre a nação logo após a minha volta para os USA. Este disco tem músicas memoráveis como a segunda gravação do "Maracatu Atômico", que alcançara retumbante sucesso na voz de Gilberto Gil, "O Relógio Quebrou", na qual o relógio quebrado dobrado como uma omelete de Salvador Dali me serviu de inspiração. Foi nas apresentações ao vivo desta música que pela primeira vez inclui falas e diálogos humorísticos intercalados com a música, o que viria se tornar uma marca de meus shows. Em "Guzzy Muzzy" o doutor Arthur citado na letra é uma homenagem a Arthur de Melo Guimarães.

Texto retirado de | Contramão Prog

1974 | JORGE MAUTNER

01. Guzzy Muzzy
02. Pipoca à Meia-Noite
03. Cinco Bombas Atômicas
04. Ginga de Mandinga
05. Rock da TV
06. Samba dos Animais
07. Herói das Estrelas
08. Matemática do Desejo
09. Nababo Ê
10. O Relógio Quebrou
11. Salto no Escuro
12. Maracatu Atômico
13. Um Milhão de Pequenos Raios

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sábado, 6 de julho de 2019

Casa das Máquinas


Estávamos em 1975, a repressão política e o subseqüente cerceamento do direito de expressão eram atos rotineiros e considerados legítimos pelos governantes, Médici (1969-1974) e Geisel (1974-1979). Para quem não era nascido ou era muito pequeno, é muito difícil entender o quadro político e social daquela época.

Somente para exemplificar, não se podia ler aquilo que não fosse do interesse do “Poder” constituído. Eu mesmo, nesse período, somente conseguia ler alguns dos exemplares do periódico e alternativo Jornal Pasquim (que contava com uma equipe de respeito como: Paulo Francis, Tarso de Castro, Jaguar, Ziraldo, Millôr Fernandes, Henfil, Ferreira Gullar e muitos outros.), graças à astúcia do jornaleiro da esquina, que às vezes conseguia esconder um único exemplar antes da edição ser retirada de circulação. Fazia-se uma fila de espera para termos acesso aos raros exemplares “caçados”, que eram avidamente lidos, escondidos dentro da própria banca.

Cabelos longos eram sinônimos de maconheiro, marginal, bicha ou subversivo, verdadeiros inimigos internos. Uma simples e descuidada opinião em um bar, poderia ser o passaporte para um recolhimento involuntário e por vezes eterno no (DOI-CODI) Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna.

Bom, essa conversa toda, visa apenas mostrar como era difícil viver e criar naquela época, principalmente para as artes, fossem literárias, gráficas ou musicais.

Mas vamos ao que interessa. O Casa das Máquinas, com o seu 2º LP (Lar de Maravilhas) consolidou o conceito do que deveria ser o verdadeiro progressivo brasileiro. Na minha opinião, foi o melhor trabalho da banda e sem sombra de dúvida alguma, uma das melhores bandas de Rock Progressivo, senão a melhor, que o Brasil já teve.

“Já se pode sentir embora longe, os reflexos de uma revolução biológica, que vai se agigantando a cada momento que passa. A vida esta se modificando. A luz da transformação vem de todos os espaços, vem do infinito, onde máquinas e homens jamais conseguirão registrar ou ver, vem também do interior do próprio homem, onde Raio x de ciência alguma poderá revelar.” (B.J.Aroldo)

Acredito que o texto acima, retirado da capa interna do LP, seja suficiente para evidenciar o quão estava adiantada a mentalidade dos integrantes dessa fantástica banda. As excelentes letras, os primorosos arranjos e o flagrante virtuosismo dos músicos, são uma constante em todo o LP.

Lamentavelmente, provavelmente por pressão da gravadora (Som Livre) e a nova formação da banda, o Casa das Maquinas não deu continuidade à linha progressiva, dando maior ênfase ao Rock.

Texto retirado de | Progressive Downloads

1976 | LAR DE MARAVILHAS

01. Vou Morar no Ar
02. Lar de Maravilhas
03. Liberdade Espacial
04. Astralização
05. Cilindro Cônico
06. Vale Verde
07. Raios de Lua
08. Epidemia de rock
09. O sol / Reflexo Ativo

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quarta-feira, 3 de julho de 2019

Grupo Medusa


Grupo instrumental formado por Amilson Godoy (piano), Heraldo do Monte (guitarra, bandolim e violão), Cláudio Bertrami (baixo) e Chico Medori (bateria e percussão), que atuou no início da década de 1980.

Em 1981, lançou o LP “Grupo Medusa”, contendo as faixas “Baiana”, “Zeby”, “Caminhos” e “Ponto de fusão”, todas de Cláudio Bertrami, “Medusa” e “Pé no chão”, ambas de Chico Medori, e ainda “Asa delta” e “Uma viagem”, ambas de Cláudio Bertrami e Chico Medori. O disco contou com a participação de Theo da Cuíca e Jorginho Cebion nas percussões.

Com nova formação, integrada por Amilson Godoy (piano), Olmir Stocker (guitarra e violão), Cláudio Bertrami (baixo), Chico Medori (bateria e percussão) e Theo da Cuíca (percussão), lançou, em 1983, o CD “Ferrovias”, contendo as faixas “Fantasia”, “Cheiro verde”, “Picadeiro” e “Beija-flor”, todas de Cláudio Bertrami, “Aduba-Lé”, “Pouso em Congonhas” e a canção-título, todas de Chico Medori, “Nordestina” (Alemão) (Olmir Stocker) e “Lamentos” (Pixinguinha e Vinicius de Moraes). O disco contou com a participação especial de Dominguinhos (acordeom).

Texto retirado de | Woodstock Sound

1981 | GRUPO MEDUSA

01. Baiana
02. Zeby
03. Caminhos
04. Medusa
05. Pé no Chão
06. Asa Delta
07. Uma Viagem
08. Ponto de Fusão

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domingo, 30 de junho de 2019

Tony Bizarro


Em 1977, depois de fazer parte da dupla roqueira Tony & Frankye, Tony Bizarro resolveu apostar na onda de black music que invadia o país e gravou o álbum Nesse Inverno, resgatado agora pela série Columbia Raridades, que o titã Charles Gavin produziu para a Sony. Ouvi-lo em 2001 provoca um efeito colateral: saudades do insuperável vozeirão de Tim Maia. Até que Bizarro não faz feio no papel de soulman. Com voz levemente rouca e a necessária atitude black, canta funks dançantes, como Não Pode (de Yara e Tulla), ou baladas românticas tingidas de soul, caso da faixa-título (parceria de Bizarro com Carlos Lemos).

Os arranjos de Lincoln Olivetti e Waltel Branco (que aparece erroneamente como Valter Branco, na precária ficha técnica da nova edição) esbanjam cordas, no melhor estilo disco, em faixas como Não Vejo a Hora (outra de Yara e Tulla) e Como Está Não Faz Sentido (do próprio Bizarro). Já a introdução de Que Se Faz da Vida (Yara e Tulla de novo) foi obviamente inspirada na trilha sonora que o norte-americano Isaac Hayes compôs para o filme Shaft. Difícil é engolir a versão funk de Adeus Amigo Vagabundo (de Frankye Adriano e Bizarro), um tributo piegas ao rolling stone Brian Jones, morto prematuramente em 1969, que soa fora de lugar (”tudo isso é passado, mas não podemos esquecer / que essa é a escola da vida e pagamos pra aprender / foi muito bom pra mim, mas bem melhor foi pra você”). Na verdade, é nas letras que o repertório de Bizarro mais falha.

Quem se der ao trabalho de usar uma lupa para ler a ficha técnica da contracapa original do LP (reduzida para caber no formato do CD), vai encontrar um elenco de músicos de primeira linha, como Lincoln Olivetti (piano elétrico, sintetizador e mini-moog), Robson Jorge (guitarra, órgão e clavinet), Mamão (bateria e harmonizer) e Zé Bodega (sax tenor), além da participação especial de Paulo Moura (sax soprano). O tempo acabou provando: como soulman, Tony Bizarro estava longe de ser um Tim Maia. Ainda assim, Nesse Inverno serve como veículo para uma reveladora viagem sonora pela década em que o pop brasileiro tentou virar black.

Texto retiraddo de | Por Trás da Vitrola

1977 | NESSE INVERNO

01. Não Vai Mudar
02. Nesse Inverno
03. Quem Sou Eu, Quem É Você
04. Não Pode
05. Adeus Amigo Vagabundo
06. Vai Com Deus
07. Enquanto A Gente Viver
08. Não Vejo A Hora
09. Que Se Faz Da Vida
10. Como Está Não Faz Sentido

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quinta-feira, 27 de junho de 2019

Hyldon


“Na Rua, na Chuva, na Fazenda” é o álbum debut do cantor Hyldon e foi através dele que o músico conquistou grande notoriedade dentro do cenário da música negra brasileira, entrando para o hall de grandes cantores desse gênero, como Cassiano e o eterno síndico, Tim Maia. Talvez você não conheça muito ou nada deste cantor, mas vale a pena conhecer, especialmente esse disco que a meu ver é uma verdadeira preciosidade e traz uma atmosfera positiva e tranquila do início ao fim. O excepcional baixo de Alex Malheiros é o grande destaque instrumental deste trabalho. As letras, de uma intensidade vigorosa e os vocais cheios de gana de Hyldon também se destacam com exatidão.

O disco abre com a homônima Na Rua, na Chuva, na Fazenda, música bem conhecida que já ganhou diversas regravações, mas que nessa versão percebemos a riqueza não só vocal como instrumental que ela possui. Em seguida a graciosa (e minha preferida pra vida toda) Na sombra de Uma Árvore, que vem com letra e ritmos totalmente envolventes, trazendo aquela atmosfera tranquila de paz e amor que falei lá no início do texto e uma sensação indescritível de saudosismo.

Vamos andar de bicicleta traz letra inocente, vocais bem trabalhados, belo conjunto de teclado, baixo e bateria numa harmonia simples e encantadora. As músicas Acontecimento, Vida Engraçada, As Dores do Mundo (que certamente você já deve ter ouvido na regravação do Jota ecat Quest), e a ritmada e atraente Guitarras, Violinos e Instrumentos de Samba também têm seu lugar de destaque.

Sábado e Domingo é de uma levada totalmente carismática enquanto Quando a noite vem traz a grande estrela do disco, mais uma vez ele, o baixo, e letra e interpretação extremamente intensas de Hyldon. O disco ainda traz as garbosas Eleonora, Balanço do Violão, Quando a Noite Vem e Meu Patuá, que fecha o trabalho com a mesma cadência setentista que o iniciou.

Disco encantador, de se ouvir do início ao fim naquele dia em que você pretende relaxar e ficar de bem com a vida.

E mesmo que você não esteja, depois de ouvi-lo, você ficará!

Texto retiraddo de | Cadê Meu Whiskey

1975 | NA RUA, NA CHUVA, NA FAZENDA

01. Na Rua, Na Chuva, Na Fazenda
02. Na Sombra De Uma Árvore
03. Vamos Passear De Bicicleta?
04. Acontecimento
05. Vida Engraçada
06. As Dores Do Mundo
07. Guitarras, Violinos e Instrumentos De Samba
08. Sábado e Domingo
09. Eleonora
10. Balanço Do Violão
11. Quando a Noite Vem
12. Meu Patuá

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segunda-feira, 24 de junho de 2019

Joyce


Segundo disco da cantora Joyce, seu Lp de estréia também pela Philips de 1968 era totalmente bossa nova tradicional, esse já traz coisas mais modernas e até toques psicodélicos/ tropicalistas, lembrando um pouco o que ela viria a fazer com o pessoal da Tribo um pouco depois.

Essa sonoridade se deve aos arranjos de Luiz Eça que usa órgão elétrico e orquestrações bem tropicalistas e pela participação de Nelson Ângelo nas guitarras e violões que viria a casar com a Joyce pouco tempo depois, ele também assina 2 composições: Como vai, vai bem? e Caminho pro sol.

Produção de Nelson Motta.

Texto retiraddo de | Woodstock Sound

1969 | ENCONTRO MARCADO

01. Adam, Adam
02. Encontro Marcado
03. Bom Dia
04. Copacabana Velha de Guerra
05. Como Vai, Vai Bem?
06. Asa Branca
07. Longe do Tempo
08. A Saudade Mata a Gente
09. Preparando um Luminoso
10. Pra Saber de Nada
11. Caminho pro Sol

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sexta-feira, 21 de junho de 2019

Caetano Veloso

Pela primeira vez, o nome de Caetano Veloso estampava sozinho a capa de um long play. Não está errado quem diz que o disco, apesar dos bons momentos, é mais revolucionário que bem-sucedido. Contudo, trata-se de um início importante, uma vez que o álbum homônimo de 1968 estabelece as diretrizes da obra que, desde então, vem sendo construída pelo compositor.

A canção de abertura, “Tropicália”, pode ser entendida como manifesto do projeto tropicalista, iluminando, em consequência, todo o repertório do disco. A emblemática “Alegria, Alegria” irrompe pouco depois, realizando, na prática, a síntese cultural anunciada na canção-manifesto. Destacam-se, também, as faixas “Onde Andarás”, parceria com o poeta Ferreira Gullar, “Soy Loco por Tí América”, de Gilberto Gil e José Carlos Capinam, e “Eles”, representação irônica e perspicaz do conservadorismo brasileiro.

A idéia de ter guitarras e teclados transitando em meio a canções nitidamente escritas para acompanhamento ao violão resulta em uma sonoridade confusa, indeterminada. Os instrumentos elétricos ainda soam, aqui, como enxertos necessários à realização da estética tropicalista. No entanto, vale ressaltar a importância dessa iniciativa diante da pretenção MPBista de isolar a cultura nacional em busca de uma essência fantasiosa e politizante (haja vista que, em 1967, tivemos uma “Passeata Contra a Guitarra Elétrica” em São Paulo).

Caetano Veloso nos apresenta um disco cuidadosamente pensado, ainda que não satisfatoriamente realizado. As canções, ambiciosas em seu aspecto poético, não encontram uma contraparte musical adequada. Enfim, as indeterminações do disco são resultado de uma tensão não resolvida, ou mal resolvida, entre os elementos locais e universais que alimentaram sua feitura.

Por | Pedro Martins

1968 | CAETANO VELOSO

01. Tropicália
02. Clarice
03. No Dia Em Que Eu Vim-Me Embora
04. Alegria, Alegria
05. Onde Andarás
06. Anunciação
07. Superbacana
08. Paisagem Útil
09. Clara (com Gal Costa)
10. Soy Loco Por Tí, América
11. Ave Maria
12. Eles

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terça-feira, 18 de junho de 2019

Miguel de Deus


Miguel de Deus foi um dos músicos mais versáteis dos anos 70, e ao mesmo tempo menos conhecido do grande público. Miguel nasceu em Ilhéus, na Bahia. Já morando no Rio de Janeiro em meados de 1969, formou a banda “Os Brazões” que explorava as influências africanas na música e na maneira de vestir e dançar. A banda fazia uma mistura de rock e psicodelia com elementos da música brasileira e africana e chegou a acompanhar Gal Costa em uma de suas turnês no final dos anos 60. Em 1974, Miguel de Deus criou a banda “Assim Assado”, muito bem “inspirado” no grupo Secos e Molhados.

Em 1977, Miguel de Deus criou talvez o LP mais obscuro da black music setentista brasileira, o disco: “Black Soul Brothers”. Convidado pela gravadora Copacabana para registrá-lo, o disco é exercício glorioso do movimento black brasileiro. Ilustrado por um poderoso cabelo black power na capa, Miguel registrava naquele momento a sua verdadeira faceta, essa que esteve presente sempre em todas as fases musicais que desfrutou. Envolto no mais puro clima de festa, Miguel de Deus gravou Black Soul Brother exatamente como quem fazia parte da música pela festa, e não o contrário.

Tudo soa magicamente solto e avesso a qualquer amarra caricatural ou poses: não é o vocal principal o maior primor técnico do disco, mas a espontaneidade com o qual solta e exterioriza bordões e pregações em nome do black e do soul. Assim ocorre com “Cinco Anos”, e até em uma nova versão de “Pedaços”, a mesma presente no disco da banda Assim Assado. Miguel não teve medo de transformar o maroto samba rock em funk rasgante, com espontâneos vocais e aquele climão.

Texto | Last.fm

1977 | BLACK SOUL BROTHERS

01. Cinco Anos
02. Pedacos
03. Mister Funk
04. Flaca Louca
05. Black Soul Brothers
06. Lua Cheia
07. Pode Se Queimar
08. Fabrica De Papeis

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sábado, 15 de junho de 2019

Marconi Notaro


Um olhar panorâmico sobre a secura da caatinga já exala cansaço. Aquele amarelo pálido adornado por galhos solitários e mandacarus espinhosos forma o cenário adequado para um embate quase diário: deus versus diabo.

Guimarães Rosa e Glauber Rocha falaram bem sobre isso como observadores distanciados usando personagens como apoio. Marconi Notaro me parece se juntar a esses personagens com este clássico No Sub Reino dos Metazoários.

Você está claramente diante de um herdeiro desse ambiente tão complexo quanto a caatinga. Não há menção ao trabalho, sol, família e dificuldades financeiras. A herança é entregue num verso de “Fidelidade”: ‘Permaneço fiel às minhas origens/Filho de deus, sobrinho de satã’. Não há cenário melhor para entender o parentesco entre Deus e o Diabo.

Lançado na obscuridade em 1973 e hoje tido como um clássico da psicodelia nordestina, No Sub Reino dos Metazoários é um trabalho bem substancial. Tanto, que não sei dizer se seria justo chamá-lo de psicodélico. (Talvez essa catalogação esteja viva por ter sido um lançamento do selo Rozenblit, de Recife, que tem em seu catálogo obras de Lula Côrtes, Lailson e os trabalhos psicodélicos de Zé Ramalho – Côrtes e Ramalho participam do disco, bom lembrar.)

Não há uma linearidade no disco. Começa com um samba divertido com “Desmantelado”, crônica botequeira de um viciado na ‘bola 7’ que ‘escova os dentes com cerveja’.

O andamento do álbum vem com “Ah, Vida Ávida”: começa com um barulho de chocalho indicando sonho. É um sonho com águas limpas (‘água na cacimba de Itamaracá’, diz o encarte), como dá a entender a sonoridade. Entra a realidade com os acordes de violão e da cítara: aí vêm barulhos de bichos como urubus numa sonoridade aberta que entrega a vastidão do cenário.

É ouvir de primeira que logo nos remetemos ao ambiente de um Vidas Secas, de Graciliano Ramos.

Quando somos apresentados ao rock de “Made in PB” ou às divagações de “Não Tenho Imaginação Pra Mudar de Mulher”, logo percebemos que estamos diante de um músico inserido no contexto dessa vastidão. Mesmo que sem querer.

Então, não entenda o rock de “Made in PB” como uma faixa mal produzida; entenda aquele ofuscamento como um recurso de afastamento. O cruzamento irascível de guitarras com os vocais lá ao fundo justificam o que se convenciona de psicodelia. Se é assim, então entenda aquele campo de vastidão como cenário perfeito para o gênero (e também para os experimentalismos subversivos de “Antropológica I” e “Antropológica II”).

Diz o dicionário que os ‘metazoários’ são um conjunto de animais pluricelulares diferenciados, sejam vertebrados e invertebrados. Quando Marconi faz essa classificação, o que vem para o ouvinte é a colocação: onde estão todos eles? Como se agrupam? Conseguem sobreviver?

E, novamente, surge no imaginário aquela vastidão pálida.

Texto | Tiago Ferreira

1973 | NO SUB REINO DOS METAZOÁRIOS

01. Desmantelado
02. Ah Vida Ávida
03. Fidelidade
04. Maracatú
05. Made in PB
06. Antropológica
07. Antropológica ii
08. Sinfonia em Ré
09. Não Tenho Imaginação pra Mudar de Mulher
10. Ode a Satwa

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