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segunda-feira, 24 de junho de 2019

Joyce


Segundo disco da cantora Joyce, seu Lp de estréia também pela Philips de 1968 era totalmente bossa nova tradicional, esse já traz coisas mais modernas e até toques psicodélicos/ tropicalistas, lembrando um pouco o que ela viria a fazer com o pessoal da Tribo um pouco depois.

Essa sonoridade se deve aos arranjos de Luiz Eça que usa órgão elétrico e orquestrações bem tropicalistas e pela participação de Nelson Ângelo nas guitarras e violões que viria a casar com a Joyce pouco tempo depois, ele também assina 2 composições: Como vai, vai bem? e Caminho pro sol.

Produção de Nelson Motta.

Texto retiraddo de | Woodstock Sound

1969 | ENCONTRO MARCADO

01. Adam, Adam
02. Encontro Marcado
03. Bom Dia
04. Copacabana Velha de Guerra
05. Como Vai, Vai Bem?
06. Asa Branca
07. Longe do Tempo
08. A Saudade Mata a Gente
09. Preparando um Luminoso
10. Pra Saber de Nada
11. Caminho pro Sol

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sexta-feira, 21 de junho de 2019

Caetano Veloso

Pela primeira vez, o nome de Caetano Veloso estampava sozinho a capa de um long play. Não está errado quem diz que o disco, apesar dos bons momentos, é mais revolucionário que bem-sucedido. Contudo, trata-se de um início importante, uma vez que o álbum homônimo de 1968 estabelece as diretrizes da obra que, desde então, vem sendo construída pelo compositor.

A canção de abertura, “Tropicália”, pode ser entendida como manifesto do projeto tropicalista, iluminando, em consequência, todo o repertório do disco. A emblemática “Alegria, Alegria” irrompe pouco depois, realizando, na prática, a síntese cultural anunciada na canção-manifesto. Destacam-se, também, as faixas “Onde Andarás”, parceria com o poeta Ferreira Gullar, “Soy Loco por Tí América”, de Gilberto Gil e José Carlos Capinam, e “Eles”, representação irônica e perspicaz do conservadorismo brasileiro.

A idéia de ter guitarras e teclados transitando em meio a canções nitidamente escritas para acompanhamento ao violão resulta em uma sonoridade confusa, indeterminada. Os instrumentos elétricos ainda soam, aqui, como enxertos necessários à realização da estética tropicalista. No entanto, vale ressaltar a importância dessa iniciativa diante da pretenção MPBista de isolar a cultura nacional em busca de uma essência fantasiosa e politizante (haja vista que, em 1967, tivemos uma “Passeata Contra a Guitarra Elétrica” em São Paulo).

Caetano Veloso nos apresenta um disco cuidadosamente pensado, ainda que não satisfatoriamente realizado. As canções, ambiciosas em seu aspecto poético, não encontram uma contraparte musical adequada. Enfim, as indeterminações do disco são resultado de uma tensão não resolvida, ou mal resolvida, entre os elementos locais e universais que alimentaram sua feitura.

Por | Pedro Martins

1968 | CAETANO VELOSO

01. Tropicália
02. Clarice
03. No Dia Em Que Eu Vim-Me Embora
04. Alegria, Alegria
05. Onde Andarás
06. Anunciação
07. Superbacana
08. Paisagem Útil
09. Clara (com Gal Costa)
10. Soy Loco Por Tí, América
11. Ave Maria
12. Eles

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terça-feira, 18 de junho de 2019

Miguel de Deus


Miguel de Deus foi um dos músicos mais versáteis dos anos 70, e ao mesmo tempo menos conhecido do grande público. Miguel nasceu em Ilhéus, na Bahia. Já morando no Rio de Janeiro em meados de 1969, formou a banda “Os Brazões” que explorava as influências africanas na música e na maneira de vestir e dançar. A banda fazia uma mistura de rock e psicodelia com elementos da música brasileira e africana e chegou a acompanhar Gal Costa em uma de suas turnês no final dos anos 60. Em 1974, Miguel de Deus criou a banda “Assim Assado”, muito bem “inspirado” no grupo Secos e Molhados.

Em 1977, Miguel de Deus criou talvez o LP mais obscuro da black music setentista brasileira, o disco: “Black Soul Brothers”. Convidado pela gravadora Copacabana para registrá-lo, o disco é exercício glorioso do movimento black brasileiro. Ilustrado por um poderoso cabelo black power na capa, Miguel registrava naquele momento a sua verdadeira faceta, essa que esteve presente sempre em todas as fases musicais que desfrutou. Envolto no mais puro clima de festa, Miguel de Deus gravou Black Soul Brother exatamente como quem fazia parte da música pela festa, e não o contrário.

Tudo soa magicamente solto e avesso a qualquer amarra caricatural ou poses: não é o vocal principal o maior primor técnico do disco, mas a espontaneidade com o qual solta e exterioriza bordões e pregações em nome do black e do soul. Assim ocorre com “Cinco Anos”, e até em uma nova versão de “Pedaços”, a mesma presente no disco da banda Assim Assado. Miguel não teve medo de transformar o maroto samba rock em funk rasgante, com espontâneos vocais e aquele climão.

Texto | Last.fm

1977 | BLACK SOUL BROTHERS

01. Cinco Anos
02. Pedacos
03. Mister Funk
04. Flaca Louca
05. Black Soul Brothers
06. Lua Cheia
07. Pode Se Queimar
08. Fabrica De Papeis

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sábado, 15 de junho de 2019

Marconi Notaro


Um olhar panorâmico sobre a secura da caatinga já exala cansaço. Aquele amarelo pálido adornado por galhos solitários e mandacarus espinhosos forma o cenário adequado para um embate quase diário: deus versus diabo.

Guimarães Rosa e Glauber Rocha falaram bem sobre isso como observadores distanciados usando personagens como apoio. Marconi Notaro me parece se juntar a esses personagens com este clássico No Sub Reino dos Metazoários.

Você está claramente diante de um herdeiro desse ambiente tão complexo quanto a caatinga. Não há menção ao trabalho, sol, família e dificuldades financeiras. A herança é entregue num verso de “Fidelidade”: ‘Permaneço fiel às minhas origens/Filho de deus, sobrinho de satã’. Não há cenário melhor para entender o parentesco entre Deus e o Diabo.

Lançado na obscuridade em 1973 e hoje tido como um clássico da psicodelia nordestina, No Sub Reino dos Metazoários é um trabalho bem substancial. Tanto, que não sei dizer se seria justo chamá-lo de psicodélico. (Talvez essa catalogação esteja viva por ter sido um lançamento do selo Rozenblit, de Recife, que tem em seu catálogo obras de Lula Côrtes, Lailson e os trabalhos psicodélicos de Zé Ramalho – Côrtes e Ramalho participam do disco, bom lembrar.)

Não há uma linearidade no disco. Começa com um samba divertido com “Desmantelado”, crônica botequeira de um viciado na ‘bola 7’ que ‘escova os dentes com cerveja’.

O andamento do álbum vem com “Ah, Vida Ávida”: começa com um barulho de chocalho indicando sonho. É um sonho com águas limpas (‘água na cacimba de Itamaracá’, diz o encarte), como dá a entender a sonoridade. Entra a realidade com os acordes de violão e da cítara: aí vêm barulhos de bichos como urubus numa sonoridade aberta que entrega a vastidão do cenário.

É ouvir de primeira que logo nos remetemos ao ambiente de um Vidas Secas, de Graciliano Ramos.

Quando somos apresentados ao rock de “Made in PB” ou às divagações de “Não Tenho Imaginação Pra Mudar de Mulher”, logo percebemos que estamos diante de um músico inserido no contexto dessa vastidão. Mesmo que sem querer.

Então, não entenda o rock de “Made in PB” como uma faixa mal produzida; entenda aquele ofuscamento como um recurso de afastamento. O cruzamento irascível de guitarras com os vocais lá ao fundo justificam o que se convenciona de psicodelia. Se é assim, então entenda aquele campo de vastidão como cenário perfeito para o gênero (e também para os experimentalismos subversivos de “Antropológica I” e “Antropológica II”).

Diz o dicionário que os ‘metazoários’ são um conjunto de animais pluricelulares diferenciados, sejam vertebrados e invertebrados. Quando Marconi faz essa classificação, o que vem para o ouvinte é a colocação: onde estão todos eles? Como se agrupam? Conseguem sobreviver?

E, novamente, surge no imaginário aquela vastidão pálida.

Texto | Tiago Ferreira

1973 | NO SUB REINO DOS METAZOÁRIOS

01. Desmantelado
02. Ah Vida Ávida
03. Fidelidade
04. Maracatú
05. Made in PB
06. Antropológica
07. Antropológica ii
08. Sinfonia em Ré
09. Não Tenho Imaginação pra Mudar de Mulher
10. Ode a Satwa

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quarta-feira, 12 de junho de 2019

Egberto Gismonti


Um dos discos do genial artista que eu mais gosto, no disco rola uma mistura de jazz, erudito e música brasileira (principalmente samba e baião) mas também rola um tango misturado com jazz na faixa Tango que é uma coisa de louco, ainda mais com o lindo solo de sax do saudoso Paulo Moura.

A super cozinha fica por contra de Robertinho Silva e Novelli e também temos em algumas faixas na bateria o lendário João Palma que tocou em muitos discos do maestro Tom Jobim.

Texto retirado do blog | Woodstock Sound

1972 | ÁGUA & VINHO

01. Ano Zero
02. Federico
03. Janela de Ouro
04. Vila Rica 1720
05. Pr'um Samba
06. Água e Vinho
07. Volante
08. Eterna
09. Tango
10. Mulher Rendeira

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domingo, 9 de junho de 2019

A Gota Suspensa


Pouco antes do estouro pop/new wave do Metrô, havia A Gota Suspensa, que trazia na sua formação os mesmos cinco integrantes de um dos maiores nomes do pop rock nacional dos anos 80.

Seu único disco se tornou esquecido rapidamente. Em menos de um ano a banda enveredaria definitivamente na "nova onda" do rock brasileiro, aqui ainda transitavam na ponte imaginária que ligava resquícios de rock progressivo à new wave sombria da capital paulista.

Enquanto temas instrumentais dialogavam com o rock progressivo, "High society", "Voyage" e "Lotus", canções com a voz de Virginie adicionavam new wave ao cantar sobre amores urbanos, como em "Convite ao amor". A versão demo desta canção trazia outro título, "Pelas ruas do centro", que também era a frase do refrão depois substituído por uma frase em francês, idioma pátrio de Virginie. O francês garante letra também na progressiva "Pourquoi?".

A instrumental "Voyage" aproxima A Gota Suspensa dos nomes contemporâneos da Vanguarda Paulistana. "As aventuras do Homem Arame" é new wave até a medula, conta a história bobinha de aventura e amor em quadrinhos entre do personagem título com a Mulher Jujuba. Uma das melhores do disco.

O álbum lançado pelo desconhecido selo Underground Discos e Artes mostra uma banda que estava pronta para alçar vôos maiores, eram pop mesmo divididos entre a new wave e o rock progressivo. Seu único disco hoje é objeto admirado entre pesquisadores de rock progressivo brasileiro, mas não se trata de um disco de rock deste estilo. No ano seguinte ao lançamento A Gota Suspensa deu origem ao Metrô e no ano seguinte saia "Olhar", repleto de hits.

Texto retirado do blog | Disco Furado

1984 | A GOTA SUSPENSA

01. High Society
02. Convite ao Amor
03. Pourquoi
04. As Aventuras do Homem Arame
05. Voyage
06. A Gota
07. Sonho
08. Apocalipse
09. Lotus

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quinta-feira, 6 de junho de 2019

Marcos Valle


MARCOS VALLE | UM MÚSICO A FRENTE DO TEMPO

“A obra dos irmãos Marcos e Paulo Sérgio Valle não se resume a “Samba de Verão” e tampouco a “Viola Enluarada”. Ela vai além, muito além. O primeiro álbum dos irmão Valle, que data de 1963 e os quatro seguintes, possuem um caráter totalmente Bossa Nova. Mas é a partir de 1969, com o álbum “Mustangue Cor de Sangue”, que isso passa a tomar outro rumo.

Algumas faixas de “Mustang…” mostram o caminho que os irmãos seguiriam dali em diante.

No álbum seguinte eles caem de cabeça na cultura black. Funk, soul, samba, rock, psicodelia, jazz, tropicalismo e mais um milhão de elementos formam a vitamina musical gerada por ambos.”

1969 | MUSTANG COR DE SANGUE
Primeiro disco dessa fase mais “moderna” dele. Ai começaram as misturas do samba com soul, psicodelia e tropicalismo.

No baixo o grande Novelli , o lendário Vitor Manga (da Brazuca de Antônio Adolfo) na bateria e participação de Milton Nascimento nos vocais da última faixa.

Letras totalmente atuais, como a faixa titulo que critica o consumismo da sociedade.

01. Mustang Cor de Sangue
02. Samba de Verão 2
03. Catarina e o Vento
04. Frevo Novo
05. Azimuth
06. Dia de Vitória
07. Os Dentes Brancos do Mundo
08. Mentira Carioca
09. Das Três às Seis
10. Tigre da Esso que Sucesso
11. O Evangelho Segundo San Quentin
12. Diálogo
Faixas bônus:
13. Azymuth (Versão Alternativa)
14. Tigre da Esso que Sucesso (Instrumental)
15. Freio Aerodinâmico (Azymuth nº 2)
16. Beijo Sideral (Compacto)

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1970 | MARCOS VALLE (com Som Imaginário)
Nesse disco ele já vai mais além nas influências soul e funk, com ajuda do Som Imaginário que traz arranjos muito modernos pra epoca e temas também modernos como o sexo.

Participação dos Golden Boys nos vocais da faixa Esperando o Messias, onde também se destaca a Ocarina (flauta indígena) tocada pelo saudoso Zé Rodrix.

Destaque pra versão lisérgica de Grilos com direito a guitarra fuzz e pra suite Imaginária uma música bela e louca com total cara do Som Imaginário e vocais belos de Angela Valle (irmã dele), uma bossa nova progressiva.

01. Quarentão Simpático
02. Ele e Ela
03. Dez Leis (Is That Law)
04. Pigmalião
05. Que eu Canse e Descanse
06. Esperando o Messias
07. Freio Aerodinâmico
08. Os Grilos
09. Suíte Imaginária: Canção – Corrente – Toada – Dança
Faixas bônus
10. Esperando o Messias (Instrumental)
11. Freio Aerodinâmico (Instrumental)
12. Berenice (Compacto)

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1971 | GARRA
Disco com mais pegada Funk ainda, mas sem deixar de lado o samba claro.

Destaques pra Com mais de 30 (Titãs se inspirou nisso pra fazer 32 dentes), 26 anos de Vida Normal que foi gravada também pelo Tremendão e tem uma letra muito boa sobre comodismo e Black is Beautiful que ficou famosa na voz da Elis Regina.

A banda que toca no disco contava com feras como Robertinho Silva na bateria, Capacete que tocou com Tim Maia no baixo, Geraldo Vespar na guitarra e mais o grande pianista Dom Salvador.

01. Jesus Meu Rei
02. Com Mais de 30
03. Garra
04. Black is Beautiful
05. Ao Amigo Tom
06. Paz e Futebol
07. Que Bandeira
08. Wanda Vidal
09. Minha Voz Virá do Sol da América
10. Vinte e Seis Aanos de Vida Normal
11. O Cafona
Faixas bônus
12. Com Mais de 30 (Instrumental)
13. Garra (Instrumental)
14. Black is Beautiful (Instrumental)
15. Que Bandeira (Instrumental Alternativa)
16. Que Bandeira (Instrumental)
17. Wanda Vidal (Instrumental)

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1972 | VENTO SUL (com O Terço)
Em meados de 1972, O Terço participou da gravação do disco “Vento Sul” de Marcos Valle.

Também participaram em algumas faixas o trio “Paulo, Claudio e Maurício”, formado pelos irmãos gêmeos Paulo e Claudio Guimarães (flauta e guitarra) e pelo arranjador Maurício Maestro, além do guitarrista Frederiko (Fredera),e Robertinho Silva (bateria e percurssão) ambos Som Imaginário.

O Terço junto com Marcos Valle fizeram uma turnê por todo país e tocaram no Festival do Midem em Cannes, na França.

Discaço de folk psicodélico com levadas brazucas e latinas e flertando com Rock Progressivo.

01. Revolução Orgânica
02. Malena
03. Pista 02
04. Vôo Cego
05. Bôdas de Sangue
06. Democústico
07. Vento Sul
08. Rosto Barbado
09. Mi Hermoza
10. Paisagem de Mariana
11. Deixa o Mundo e o Sol Entrar
Bônus
12. O Beato (Compacto)

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1973 | PREVISÃO DE TEMPO (com Azymuth)
Discão totalmente Funk com pegada brazuka e participação do Power Trio Azymuth.

Muito uso de mini moog dando uma cara meio progressiva ao album, mas sem perder o groove.

Destaque pras faixas Mentira (sampleada pelo Planet Hemp) e Nem Paletó , Nem Gravata que tem uma letra totalmente Punk.

01. Flamengo até Morrer
02. Nem Paletó, Nem Gravata
03. Tira a Mão
04. Mentira
05. Previsão do Tempo
06. Mais Do Que Valsa
07. Os Ossos do Barão
08. Não Tem Nada Não
09. Não Tem Nada Não
10. Samba Fatal
11. Tiu-ba-la-quieba
12. De Repente, Moça Flor

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1974 | MARCOS VALLE
Disco mais pop com harmonias vocais sofisticadas feitas com auxílio do grande Tavito do Som imaginário, que aliás membros da banda como Wagmer Tiso (piano) e Robertinho Silva (bateria) participam do disco, além de parte do Azymuth , Bertrami (piano elétrico), Alex Malheiros (baixo, além dos lendários Luizão Maia (baixo) e Hélio Delmiro (guitarra).

Sonoridade entre os discos dos anos 70 do Elton John e do Clube da Esquina.

01. No Rumo do Sol
02. Meu Herói
03. Só Se Morre Uma Vez
04. Casamento, Filhos e Convenções
05. Remédio Pro Coração
06. Brasil X México
07. Tango
08. Nossa Vida Começa na Gente
09. Novelo de Lã
10. Cobaia
11. Charlie Bravo

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1973 | O FABULOSO FITTIPALDI (Marcos Valle & Azymuth)
(Trilha Sonora do Filme)


Um gênio pouco lembrado da música brasuca, começou na bossa nova mais tradicional e nos anos 70 caiu de cara na música black (funk soul).

Fez desde coisas mais pops e bem manjadas como Samba de Verão, até coisas totalmente ousadas e malucas como o disco Vento Sul que é bem psicodélico.

Fez também várias trilhas sonoras de filmes e novelas, inclusive o tema de fim de ano da Globo é dele.

01. Fittipaldi Show
02. Tema de Maria Helena
03. Vitória
04. Rindt
05. Acidente
06. Vinheta I
07. Vinheta II
08. Azimuth (Mil Milhas)
09. Tema de Maria Helena (Instrumental)
10. Virabrequim

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Texto retirado do blog | Woodstock Sound

segunda-feira, 3 de junho de 2019

Almôndegas


A mescla de regionalismo com música pop, espécie de marca registrada da banda, surgiu meio que por acaso. Em um show no antigo "Encouraçado Botequim", o grupo cantou "Amargo", de Lupicínio Rodrigues, e a reação da platéia foi calorosa. Com o aval do público, os músicos passaram a repetir a apresentação em outros shows e levaram a experiência para o primeiro disco.

Gravaram o primeiro LP, "Almôndegas", em 1975, no mesmo ano do lançamento do disco "Aqui", trabalho este que colocou a faixa "Canção da Meia-noite" na novela Saramandaia. Em 1977, a banda partiu para o Rio de Janeiro, onde Kleiton, Kledir e Gilnei levavam outros sonhos na bagagem e contavam com o auxílio precioso dos novos integrantes João Baptista e Zé Flávio. Neste ano, vieram mais dois discos: "Gaudêncio Sete Luas", uma coletânea dos anteriores e "Alhos com Bugalhos".

A trajetória da carreira do Almôndegas culminou com o espetacular disco "Circo de Marionetes", de 1978 e que, partcularmente, considero como sendo o seu melhor disco. Este foi o último lançado pela banda. Em 1979 o grupo se desfez.

Mesmo iniciando sua carreira no circuito universitário e sendo lançado junto com as sementes do que viria a ser o Rock do Sul, o grupo nunca negou as suas raízes sulistas, tanto que participaram, em 1975, da 5ª "Califórnia da Canção Nativa", com a música "Piquete do Caveira". Seus componentes mais famosos foram os irmãos Kleiton e Kledir, que depois de se separarem da banda em 1979 fizeram muito sucesso em carreira solo, como uma dupla de MPB e Rock.

Texto retirado de | Bate-Boca & Musical

1975 | ALMÔNDEGAS

01. Sombra Fresca e Rock No Quintal
02. Até Não Mais
03. Teia de Aranha
04. Olavo e Dorotéia (Uma Louca Estória de Amor)
05. Quadro Negro
06. Gô
07. Daisy, My Love
08. Almôndegas
09. Vento Negro
10. Clô
11. Amargo

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sexta-feira, 31 de maio de 2019

Flor de Cactus


Quem vivenciou o cenário da música brasileira nos anos 80 deve se lembrar do Grupo Flor de Cactus. Com a maioria (ou todos ?) dos integrantes potiguares, o grupo fez bastante sucesso no Rio de Janeiro, com algumas músicas sendo executadas nas rádios da época.

Três LPs foram lançados nos anos de 1980, 81 e 82 respectivamente. A formação do grupo mudou um pouco a cada disco, mas alguns músicos permaneceram em todos os trabalhos: Chico Guedes (baixo), Mingo Araújo (percussão) e Clauton(Neguinho) (bateria).

Um dos grandes momentos do Flor de Cáctus foi sua apresentação junto com Zé Ramalho no Projeto Seis e Meia do Teatro João Caetano (RJ) em 1981 quando se apresentou para um público recorde.

Quem produziu todos os discos do grupo foi o também potiguar Leno, da dupla Leno e Lílian da época da Jovem Guarda.

A partir do segundo disco quem passou a integrar o grupo foi o compositor Babal que mais tarde seguiria em carreira solo. Com o fim do Flor de Cactus, Chico Guedes foi para o grupo que acompanha Zé Ramalho e até hoje ele trabalha com o cantor/compositor paraibano. Já Mingo Araújo fez parte, até pouco tempo, da banda que acompanhava Raimundo Fagner.

Texto retiraddo de | Falas Musicais

1980 | FLOR DE CACTUS

01. In Technicolor
02. Aridez
03. Saudade
04. Para Marley
05. Aari (Canto Para O Índio Potiguar)
06. Choromingado
07. Kamikaze
08. Ribeirão
09. Espiral Do Tempo
10. Plantando Bananeira
11. Norte Ou Sul

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1981 | PEPITAS DE FOGO

01. Luz de Lamparina
02. Pepitas de Fogo
03. Maravilha
04. Mel do Mesmo Tacho
05. Faça de Conta
06. Música (Movimento Certo)
07. Nem Sempre Sou Igual
08. Varandas e Quintais
09. Flor do Sol
10. Dar Nome aos Bois
11. Mistura

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1982 | ALICERCE DA TERRA

01. Alicerce da Terra
02. Serena
03. Momento Coração
04. Chuva de Vento
05. Pássaro Amarelo
06. Movimento das Águas
07. Margarida
08. Chororo
09. Sonho de Luar
10. Mar de São João
11. O Que Dizer ao Menino

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terça-feira, 28 de maio de 2019

Eduardo Araújo & Silvinha


Mais conhecido por gravar Country Rock, Rock 'n' Roll e Soul, Eduardo Araújo surpreende.

Sou Filho Desse Chão é um álbum bastante radical, que oferece música inspirada principalmente pelo rock psicodélico e música progressiva, Se Eduardo Araújo não estivesse cantando em português e se, de tempos em tempos, ele não encaixa-se suas referências culturas e musicais no álbum (como o choro e forró na faixa de abertura "Sou filho Deste Chão "), eu mal poderia acreditar que ele seria artista brasileiro.

Sou Filho Desse Chão tem sua alma no rock psicodélico ("Círculo vicioso"). "Girassol", lembra grupos progressivos ingleses como Hatfield & the North ou Henry Cow ou o r.i.o. do grande Frank Zappa ("Capoeira"). Os solos de guitarra não estão muito longe dos de Carlos Santana. "Manda Embora a Tristeza" mescla perfeitamente o pop anglo-saxão e o brasileiro.

E para se divertir, aprecie a interpretação muito "pink-flodiana" de Silvinha em "Ter o Que Eu Tenho Sem Você." Sou Filho Desse Chão é um projeto musical pouco frequente no universo da MPB. Portanto surpreendente descobrir.

Texto retiraddo de | Por Trás da Vitrola

1976 | SOU FILHO DESTE CHÃO

01. Sou Filho Deste Chão
02. Círculo Vicioso
03. Girassol
04. Capoeira
05. O Tempo Que Esse Tempo Tem
06. Manda A Tristeza Embora
07. Misturando Rock Com Baião
08. Ter O Que Eu Tenho Sem Você
09. Capoeira
10. Opanigê

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sábado, 25 de maio de 2019

Ronnie Von


A TRILOGIA PSICODÉLICA DE RONNIE VON

Quem assiste hoje em dia ao programa Todo Seu da TV Gazeta, pode não suspeitar que aquele elegante senhor que apresenta o programa teve uma fase de rebeldia psicodélica em sua carreira musical, tendo um de seus discos desta fase considerado um dos melhores discos de rock psicodélico de todos os tempos por uma revista europeia.

Em 1969, Ronnie Von já era um cantor de sucesso e já tinha apresentado um programa de televisão chamado O Pequeno Mundo de Ronnie Von. Este programa concorria com o programa A Jovem Guarda e procurava levar artistas diferentes daqueles que iam ao programa de Roberto Carlos. Os grandes nomes do Tropicalismo como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Os Mutantes, tiveram suas primeiras aparições televisivas no programa de Ronnie Von.

Mesmo não sendo um grande cantor, Ronnie Von alcançou o sucesso graças ao seu carisma e talento natural, com as músicas “Meu bem” e “A praça”. Graças também aos seus olhos azuis e sua bela cabeleira, conquistando o público feminino, que ficava ouriçada quando o via cantar.

Ronnie Von poderia muito bem manter seu status de cantor de sucesso e galã, mas como todo grande artista, quis quebrar este paradigma e se aventurou em uma viagem musical, fazendo três discos que fugiam do lugar comum e tinham como grandes características a psicodelia e o experimentalismo.

Segundo Alberto Sacomani, que produziu os três álbuns desta fase, Ronnie queria com estes discos romper de uma vez a rivalidade com Roberto Carlos. Enquanto Roberto era considerado o “Rei”, Ronnie Von ganhou a alcunha de “Princípe”. Diz a lenda que a música “Querem acabar comigo” de Roberto Carlos, fala sobre a sucesso de Ronnie Von que estaria ofuscando o sucesso de Roberto.

Em 1968, lançou o disco homônimo Ronnie Von que foi o primeiro desta “trilogia” psicodélica. Com este disco o cantor se aproximou de vez do Tropicalismo, pois teve a ajuda nos arranjos e concepções musicais do maestro Damiano Cozzela, parceiro de Rogério Duprat, um dos arquitetos do som da Tropicália. Dentre as grandes canções deste disco podemos destacar o clima libertário de “Meu novo cantar”, com Ronnie recitando no começo da música, o concretismo de “Espelhos quebrados” (que começa ao som de espelhos sendo quebrados) ou os visionários arranjos de músicas como “Mil novecentos e além” e “Tristeza num dia alegre”.

1968 | RONNIE VON

01. Meu Novo Cantar
02. Chega de Tudo
03. Espelhos Quebrados
04. Silvia: 20 Horas, Domingo
05. Menina de Tranças
06. Nada de Novo
07. Lábios que Beijei
08. Esperança de Cantar
09. Anarquia
10. Mil Novecentos e Além
11. Tristeza Num Dia Alegre
12. Contudo Todavia
13. Canto de Despedida

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Mas o grande destaque deste disco é a música “Anarquia”. Enquanto Roberto Carlos cantava com sua caretice de sempre “É ciúme/ Ciúme de você”, Ronnie Von na letra da música “Anarquia” chamava o povo às ruas para fazer uma tremenda anarquia, em pleno regime militar: “Pois amanhã vamos pra rua fazer / Fazer uma tremenda anarquia / Pintar as ruas de alegria / Porque quem manda hoje somos nós, mais ninguém /E não ligamos pra quem vai nem quem vem atrapalhar /Há quem nos queira atrapalhar”.

O esquema de gravação do disco era na base criou – gravou, não havia pré-produção sendo que os músicos ficavam o dia inteiro trancados no estúdio fazendo experimentações e novos arranjos. O disco ainda foi gravado em uma época em que a gravadora de Ronnie Von estava sem diretor, o que deu mais liberdade para o artista.

Em 1969, dando continuidade a esta fase experimental de sua carreira, lançou o disco A Misteriosa Luta do Reino do Parassempre contra o Império do Nunca Mais. Destaque para as músicas “De como meu herói Flash Gordon irá me levar” e versões em português de “Morning Girl” e “I Started a Joke” e “Regina e o mar”.

1969 | A MISTERIOSA LUTA DO REINO DE PARASSEMPRE CONTRA O IMPÉRIO DE NUNCA MAIS

01. De Como Meu Herói Flash Gordon Irá Levar-me de Volta a Alfa do Centauro, Meu Verdadeiro Lar
02. Dindi
03. Pare de Sonhar Com Estrelas Distantes
04. Onde Foi
05. My Chérie Amour
06. Atlântida
07. Por Quem Sonha Ana Maria
08. Mares de Areia
09. Regina e o Mar
10. Foi Bom
11. Rose Ann
12. Comecei Uma Brincadeira

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Finalizando esta “trilogia”, Ronnie Von lançou o disco A Máquina Voadora em 1970.

O título do disco faz clara referência à aviação, uma das outras paixões do cantor além da música, sendo que ele é também piloto de avião.

1970 | A MÁQUINA VOADORA

01. A Máquina Voadora
02. Baby de Tal
03. O Verão nos Chama
04. Seu Olhar no Meu
05. Imagem
06. Continentes e Civilizações
07. Viva o Chopp Escuro
08. Enseada
09. Tema de Alessandra
10. Águas de Sempre
11. Cidade
12. Você de Azul

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Com o lançamento destes discos Ronnie quase acabou com sua carreira, devido às baixas vendagens e pelo fato do público e crítica não terem entendido o espírito destes álbuns.

Em 1973 o cantor voltou a um som mais comercial com o disco Banda da Ilusão, se afastando de vez do som Tropicalista.

Hoje estes três discos são considerados verdadeiras relíquias, vendidos por preços exorbitantes em sites de venda. Com esta fase musical Ronnie Von mostrou que era um artista diferenciado e não apenas um rostinho bonito à mercê de sua gravadora.

Até hoje Ronnie nada contra a corrente, fazendo um programa de TV que dá preferência à cultura e ao serviço social, ao contrário de programas que dão espaço para a baixaria e conteúdo inútil.

Texto | O Rock Ainda Não Morreu

quarta-feira, 22 de maio de 2019

Wilson Simonal


Simonal é o 11º álbum oficial (e 10º lançado no Brasil) do cantor e compositor brasileiro Wilson Simonal, lançado no final de 1970. Ao longo do ano de 1970, Simonal havia apenas gravado singles e EPs, e o famoso disco México ’70 só havia sido lançado naquele país, e era totalmente desconhecido do público brasileiro, que só soube de sua existência quando lançado em CD no país em 2010, exatamente quarenta anos depois de seu lançamento original em terras mexicanas.

Para ter um álbum para lançar ainda aquele ano, o cantor e sua banda (o conjunto “Som Três“, que contava com César Camargo Mariano como arranjador e pianista) entraram nos estúdios cariocas da Odeon em outubro e, em apenas três dias, gravaram o que seria o álbum Simonal, considerado por alguns como um dos melhores de sua carreira, devido a sua despretensão, entrosamento e coesão, afinal, havia sido praticamente gravado ao vivo em estúdio.

O álbum foi lançado em dezembro daquele ano, juntamente com o compacto contendo “A Tonga da Mironga do Kabuletê“, que seria a última música de Simonal arranjada por César Camargo Mariano e o último no qual o compositor era acompanhado pelo Som Três. O álbum contém muitas músicas com estilo próximo ao Soul e ao Funk americanos, estilo que Simonal vinha se aproximando desde 1969, com sua versão da música “Mustang Cor de Sangue”, dos irmãos Marcos Valle ePaulo Sérgio Valle.

Havia versões soul de “Na Baixa do Sapateiro” de Ary Barroso, “Não Tem Solução” de Dorival Caymmi e Carlos Guinle, “Deixa o Mundo e Sol Entrar” também dos irmãos Marcos e Paulo Sérgio Valle, e “Moro No Fim da Rua” de Luís Vagner.

O disco também contava com a música “Sem Essa” de Fred Falcão e Arnoldo Medeiros, que é considerada por seus autores como a música que inaugurou o gênero Funk no Brasil.

Texto Retiraddo de | Woodstock Sound

1970 | SIMONAL

01. Sem Essa
02. Destino e Desatino de Severino Nonô na Cidade de São Sebastião do Rio De Janeiro (Oh Yeah!)
03. Comigo É Assim
04. O Mundo Igualde Cada Um
05. Sistema Nervoso
06. Na Baixa do Sapateiro
07. Moro no Fim da Rua
08. Deixa o Mundo e o Sol Entrar
09. Aí Você Começa a Chorar
10. Não Tem Solução

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