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domingo, 17 de maio de 2020

Walter Franco


Walter Rosciano Franco iniciou sua carreira artística musicando peças teatrais na Escola de Arte Dramática, onde estudou.

Fez a trilha sonora de várias peças, entre as quais "Caminho que fazem Darro e Genil até o mar", de Renata Pallottini, "A caixa de areia", de Edward Albee, e o clássico grego "As bacantes", de Ésquilo.

Seu primeiro disco foi um compacto simples com a música "No fundo do poço", tema da novela "O hospital", da TV Tupi.

Em 1973, lançou o LP "Ou não", com arranjos de Rogério Duprat, provocando estranhamento ao misturar elementos pop e ritmos nordestinos com referências eruditas que extrapolavam o plano musical para se manifestarem também nas letras, bastante influenciadas pelo concretismo.

Participou dos seguintes festivais, geralmente provocando polêmica com suas letras e canções pouco convencionais: I Festival Universitário da TV Tupi (SP), com "Não se queima um sonho", interpretada por Geraldo Vandré; II Festival Universitário da TV Tupi (SP), com "Sol de vidro", defendida por Eneida e classificada em terceiro lugar; III Festival Universitário da TV Tupi (SP), com "Animal sentimental" e "Pátio dos loucos"; VII Festival Internacional da Canção, realizado pela Rede Globo, em 1972, com "Cabeça", que recebeu um prêmio especial; na mesma Rede Globo participou ainda do Festival Abertura, em 1973, com a música "Muito tudo", que ficou em terceiro lugar e tinha arranjo de Júlio Medaglia; Festival da TV Tupi, com "Canalha"; e do MPB Shell, com "Serra do luar".

Em 1974, Chico Buarque, no disco "Sinal fechado", gravou sua canção "Me deixe mudo". Ainda na década de 1970, lançou os LPs "Revolver" (1975) e "Respire fundo" (1978).

Na década de 1980, lançou os LPs "Vela aberta" e "Walter Franco" (1982), atuou como compositor de jingles e destacou-se com sua canção "Seja feita a vontade do povo", em 1984, durante a campanha das "Diretas Já". O disco "Ou não", considerado o seu melhor trabalho, foi reeditado em CD, em 1994, pela mesma gravadora que lançou o LP.

Em 1997, excursionou pelo Brasil com o show "Não violência", no qual apresentou uma série de novas composições como "Quem puxa aos seus não degenera", "Na ponta da língua", "É natureza criando natureza", "Nasça", esta parceria com o ex-Titã Arnaldo Antunes, "Sargento Pimenta", em homenagem a John Lennon, e "Totem", baseada em poema de José Carlos Costa Neto.

Em 2000, participou do Festival da Música Brasileira (Rede Globo) com sua canção "Zen" (c/ Cristina Villaboim). Ainda no ano 2000 foi homenageado no documentário , “Muito Tudo” , dos cineastas Bel Bechara e Sandro Serpa , destaque da mostra de audiovisual do MIS-SP (Museu da Imagem e do Som) e vencedor do Festival “É Tudo Verdade” do ano seguinte. “Muito tudo” também contou com a participação e os depoimentos de Augusto de Campos, Rogério Duprat , Júlio Medaglia , Arnaldo Antunes , Jards Macalé , Lívio Tratemberg , Jorge Mautner e Itamar Assumpção. Lançou, em 2001, o CD "Tutano", contendo suas composições "Zen", "Gema do novo" e "Acerto com a natureza", todas com Cristina Villaboim, "Nasça" (c/ Arnaldo Antunes), "Totem" (c/ José Carlos Costa Neto), "Quem puxa aos seus não degenera", "Na ponta da língua", "Ai, essa mulher", "Intradução", "Senha do motim", "Cabeça", "Distâncias" e "Muito tudo", além da faixa-título.

Em 2003, apresentou-se no Centro Cultural Banco do Brasil (RJ), dentro da série "Transgressores". Em 2015 comemorou 70 anos de vida em sua volta aos palcos com o show “Revolver!”, de seu LP homônimo de 1975. No mesmo ano se apresentou na Casa de Francisca (SP) na companhia do seu filho, Diogo Franco. Em 2016 se apresentou no programa Altas Horas da TV Globo, interpretando a música “Canalha”. Em 2017, em entrevista ao jornal O Tempo, renegou o título de “maldito” com que a imprensa o etiquetou durante as décadas de 70 e 80 ao lado de artistas como Jards Macalé, Sérgio Sampaio, Luiz Melodia, Itamar Assumpção, Fausto Fawcett, Jorge Mautner, Luís Capucho e Arrigo Barnabé.

Segundo ele, “essa história é uma balela e um equívoco. Por muito tempo tentaram nos estigmatizar com essa corrente, restringir o nosso público, sendo que, aonde vamos, o teatro lota, com pessoas da minha geração e uma juventude muito curiosa e ávida”, declarou.

Morreu aos 74 anos após sofrer um acidente vascular cerebral.

Texto retirado de | Dicionário Cravo Albin

1971 | TEMA DO HOSPITAL
(Compacto)


01. Tema do Hospital
02. Tire Os Pés do Chão






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1973 | OU NÃO

01. Mixturação
02. Água e Sal
03. No Fundo do Poço
04. Pátio dos Loucos
06. Flexa
07. Me Deixe Mudo
08. Xaxados e Perdidos
09. Doido de Fazê Dó
10. Vão de Boca
11. Cabeça

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1975 | REVOLVER

01. Feito Gente
02. Eternamente
03. Mamãe D´água
04. Partir do Alto / Animal Sentimental
05. Um Pensamento
06. Toque Frágil
07. Nothing
08. Arte e Manha
09. Apesar de Tudo é Muito Leve
10. Cachorro Babucho
11. Bumbo do Mundo
12. Pirâmides
13. Cena Maravilhosa
14. Revolver

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1978 | RESPIRE FUNDO

01. Respire Fundo
02. Fado do Destino
03. Coração Tranquilo
04. Lindo Blue
05. Até Breve
06. Criaturas
07. Os Bichos
08. Plenitude (Ubiqüidade)
09. Govinda
10. Berceuse dos Elefantes

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1980 | VELA ABERTA

01. Vela Aberta
02. O Dia do Criador
03. Canalha
04. Corpo Luminoso
05. Divindade
06. Tire os Pés do Chão
07. Como Tem Passado
08. Feito Gente
09. Me Deixe Mudo
09. Bicho de Pelúcia
10. O Blues é Azul

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1982 | WALTER FRANCO

01. Luz Solar
02. Quem É?
03. Luz da Nossa Luz
04. Pega no Ar
05. Mundo Pensativo
06. Filho Meu
07. Remador
08. No Exemplar de um Velho Livro
09. Paz do Mundo
10. Raça Humana

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2001 | TUTANO

01. Nasça
02. Quem Puxa aos Seus Não Degenera
03. Tutano
04. Na Ponta da Língua
05. Totem
06. Zen
07. Ai, Essa Mulher
08. Intradução
09. Senha do Motim
10. Cabeça
11. Gema do Novo
12. Acerto com a Natureza
13. Distâncias
14. Muito Tudo

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2018 | UM GRITO QUE SE ESPALHA
(Scream & Yell: Tributo a Walter Franco)


01. Dado | Pátio dos Loucos
02. André Prando | Canalha
03. Consuelo | O Dia do Criador
04. BIKE | Mixturação
05. Joe Silhueta | Cena Maravilhosa / Eternamente
06. Tamy | Serra do Luar
07. Juliano Gauche | Revolver
08. Os Gianoukas Papoulas | Quem Puxa aos Seus Não Degenera
09. Seamus Rock | Um Lindo Blue
10. Pão de Hamburguer | Vela Aberta
11. Dadalú | Coração Tranquilo
12. Marcelo Callado | Me Deixe Mudo
13. LaCarne | Feito Gente
14. Buenos Muchachos | Respire Fundo
15. Sergio Gonzalez Ariztizabal | Desprendáte (Bonus Track)

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RARIDADES & COVERS

01. Walter Franco | Muito Tudo (Ao Vivo 1977)
02. Walter Franco | Por um Triz (Faixa dos anos 70)
03. Walter Franco | Serra do Luar (1982)
04. Walter Franco | Canalha (Ao Vivo Festival da TV Tupi,1979)
05. Walter Franco | O Relógio (Arca de Noé 1980)
06. Walter Franco | Zen (Ao Vivo Festival da Música Brasileira, TV Globo, 2000
07. Walter Franco | Canalha (com Jards Macalé e Zeca Baleiro, Ao Vivo 2013)
08. Andróide | Cabeça Parte I
09. Andróide | Cabeça Parte II
10. Wanderléa | Feito Gente
11. Chico Buarque | Me Deixe Mudo
12. Leno | Me Deixe Mudo
13. Amelinha | Divindade
14. Jards Macalé | Cachorro Babucho
15. Elba Ramalho | O Dia do Criador
16. Leila Pinheiro | Serra do Luar
17. Camisa de Venus | Canalha
18. Olho Seco | Castidade–Feito Gente
19. Cólera | Feito Gente
20. Pato Fu | Coração Tranquilo (Trilha Sonora do Filme: Houve Uma Vez 2 Verões)
21. Ira! | Feito Gente
22. Patrícia Ahmaral | Mixturação
23. Titãs | Canalha
24. Zeca Baleiro | Respire Fundo (Ao Vivo 2012)

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quinta-feira, 7 de maio de 2020

Boca Livre


No final dos anos 70, Boca Livre era o grupo que cantava com Edu Lobo nos circuitos universitários, com azeitadas harmonias de quatro vozes. Depois de peregrinar por gravadoras, em 1979, decidiu gravar um LP independente, uma tendência na época: embora vendesse pouco, via-se mais como um ato de bravura. Até então o Boca Livre limitava-se a participações especiais num disco de Vital Lima (Pastores da Noite, em 1978), e no Clube da Esquina 2 (1979). “Todas as gravadoras rejeitaram o grupo, então a nossa opção foi ser independente, e foi um sucesso quase instantâneo. Algo que a gente não previu, de repente estava tocando no rádio. A gente apareceu no Fantástico cantando Ponta de Areia (Milton Nascimento/Fernando Brant), num domingo. Na segunda, o pessoal das lojas começou a pedir disco. Fomos os primeiros a bisar o Fantástico, que repetiu Ponta de Areia no domingo seguinte”, conta Zé Renato, que, paralelo à banda, mantém uma sólida carreira solo.

O Boca Livre não foi, claro, pioneiro na produção de disco independente na música brasileira moderna. Satwa, de Lailson e Lula Côrtes, lançado às próprias custas, é de 1973, dois anos antes de Feito em Casa, de Antonio Adolfo, sempre citado como sendo o primeiro. Ambos venderam pouco, esbarrando no dilema da produção independente: a distribuição. A procura pelo Boca Livre foi tão grande que, apesar da dificuldade de distribuir o LP, o grupo conseguiu vender cem mil cópias do álbum: “Era uma loucura, porque a gente mesmo botava os discos nas capas e ia entregar. Depois conseguimos que a Eldorado distribuísse”.

O quarteto tornou-se notícia não apenas pela execução massiva de duas faixas – Quem Tem a Viola (Zé Renato/Xico Chaves/Cláudio Nucci/Juca Filho) e Toada (Na Direção do Dia) (Zé Renato/Cláudio Nucci/Juca Filho)–, mas também por tornar a independência de gravadoras economicamente viável. A formação do Boca Livre atual só tem uma mudança para a original. Lourenço Baeta em lugar de Cláudio Nucci, que partiu para carreira solo ainda nos anos 80.

Quando formaram o grupo, Nucci vinha de outra junção, chamada Semente, com Maurício Maestro e David Tygel, do Momento Quatro (do qual faziam parte, ainda, Zé Rodrix e Ricardo Villas, que se tornou preso político e entrou na lista dos que foram trocados pelo embaixador americano em 1969). Zé Renato vinha do Cantares, todos muitos jovens, continuando uma tradição de grupos vocais que remontavam ao Trio Nagô, Trio de Ouro, Garotos da Lua (que teve João Gilberto como integrante), Anjos do Inferno e Quatro Ases e Um Curinga. Todos se esmeravam nas harmonias vocais, realçando a canção.

Texto | José Teles

1979 | BOCA LIVRE

01. Quem tem a viola (Cecilia)
02. Toada (Na direção do dia)
03. Mistérios
04. Boi
05. Diana
06. Ponta de areia
07. Feito mistério
08. Pedra da Lua
09. Barcarola do São Francisco
10. Fazenda
11. Minha terra (Tema da peça teatral "Papa Highirte)

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segunda-feira, 27 de abril de 2020

Flying Banana


Vindo do interior paulista, a Flying Banana carregou em seu DNA outro classudo santista: Passoca. O grupo foi formado em São José dos Campos, onde seus integrantes estudavam Arquitetura. E lançou um LP homônimo pela Philips em 1977. Logo depois, encerrou as atividades.

O trio acústico costurou seu único registro com chorinho, samba de breque e doses cavalares de Rock Rural. Livres de quaisquer tendências musicais, as composições têm características urbanas que ressaltam as raízes culturais regionais. O único vôo da trupe é de uma beleza estética surpreendente.

Com o fim (prematuro) do Flying Banana, Passoca seguiu carreira solo. As distorções do estilo que bebeu do rhythm and blues deram vazões às pestanas, entonações vocais e a viola rural, típicos do interior paulista.

Sob influência de Renato Teixeira e Almir Sater, deixou os três acordes básicos do rock’n roll para se aproximar da música caipira. Ele lançou seis discos admirados pela crítica, com temáticas mais distanciadas dos grandes centros urbanos. Nada de terça em duplas vozes, letras beirando ao popularesco, acordes e melodias banais; Passoca trilhou numa das mais genuínas tradições interioranas: a sina de ser violeiro.

Texto retirado de | Blog 'n Roll

1977 | FLYING BANANA

01. Bye Bye
02. Sujera-êra
03. Velho Olavo
04. Alô, Léo
05. Achados E Perdidos
06. N’aldeia
07. Mantenha Distância (Chevrolet)
08. Vulumi
09. Curió
10. Pirapora
11. Flying Banana

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sexta-feira, 17 de abril de 2020

Tetê Espíndola


Esse é o disco de estreia da Tetê. Depois de participar de experiências nas gravações e shows de Arrigo Barnabé, depois da produção familiar no Lírio Selvagem, Piraretã consolida a voz aguda e o estilo agreste, pantaneiro, rock e rural, que marcará a carreira dessa moça.

Nesse LP há regravações com arranjos lindíssimos como "Refazenda" e a versão da "Black Bird" dos Beatles, transformado num folck renomeado para "Melro". Curiosamente, registre-se, que a canção "Vida cigana" teve regravações em diversos estilos por outros intérpretes, nem sempre tão bacanas, passando pelo pagode e sertanejo. Bora descer o Rio Paraguai e cantar as canções que não se ouvem mais!

Texto retirado de | Criatura de Sebo

1980 | PIRARETÃ

01. Piraretã
02. Cunhatãiporã
03. Refazenda
04. Rosa em Pedra Dura
05. Melro (Black Bird)
06. Tamarana
07. O Cio da Terra
08. Vida Cigana
09. Beija-flor
10. Viver Junto
11. Matogrossense
12. Aratarda

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terça-feira, 7 de abril de 2020

Renato Teixeira


Renato Teixeira (Renato Teixeira de Oliveira), cantor e compositor, nasceu em Santos SP em 20/5/1945. Passou a infância em Ubatuba SP e com 14 anos mudou-se para Taubaté SP, onde começou a compor.

Em 1967 transferiu-se para São Paulo SP e, nesse mesmo ano, sua canção Dadá Maria foi uma das classificadas no III FMPB, da TV Record, sendo mais tarde gravada, na Odeon, por Sílvio César e Clara Nunes, e, na Philips, por ele mesmo e Gal Costa.

Em 1968 participou do IV FMPB, também na TV Record, com a música Madrasta (com Beto Ruschel), interpretada por Roberto Carlos. No VII FIC, da TV Globo, do Rio de Janeiro RJ, em 1972, classificou sua composição Marinheiro. Participou também da coleção Música Popular — Centro Oeste-Sudeste, da Marcus Pereira.

No ano seguinte, a Phonogram lançou Paisagem, seu primeiro LP. Em 1977 sua música mais conhecida, Romaria, foi gravado por Elis Regina em seu LP Elis.

Lançou em 1984 o LP Azul e, em 1992, pela Kuarup, o CD Renato Teixeira & Pena Branca e Xavantinho, recebendo no mesmo ano o Prêmio Sharp. Participou ainda dos discos Grandes cantores sertanejos (Kuarup, 1985) e Cantorias & cantadores (Kuarup, 1997), ao lado de Xangai, Cida Moreira, Elomar, Sivuca, Geraldo Azevedo e outros.

Em 1997 comemorou 30 anos de carreira com show no Canecão, no Rio de Janeiro.

Fonte | Enciclopédia da Música Brasileira – Art Editora

1972 | PAISAGEM

01. Velha História
02. As Coisas Que Eu Gosto
03. As Galinhas
04. O Que Era Doce Acabou
05. Cabreiro
06. Paisagem
07. Pedras do Caminho
08. Quando uma Nuvem Passa
09. Marinheiro
10. Bye Bye
11. Sapo

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sábado, 28 de março de 2020

Tom, Vinícius, Toquinho, Miúcha


Com o sucesso do disco Miúcha & Antônio Carlos Jobim, lançado no começo de 1977, o dono do Canecão Mário Priolli, convidou Tom Jobim e Miúcha para fazerem um show na casa. Aloysio de Oliveira, convidado para para dirigir o espetáculo, achou estranho, o Canecão sendo tão grande era loucura ser feito o show com apenas os dois, então surgiu a idéia de dividir o palco com Vinicius de Moraes e Toquinho.

Os acompanhado estava o maestro Edson Frederico regendo a orquestra de apoio e o coro formado por Beth e Aninha (filha e futura esposa de Tom, respectivamente), Olívia Hime, Georgina (filha de Vinícius) e Maria do Carmo, Ana de Holanda e Cristina Buarque (as três irmãs Buarque de Hollanda), o show foi preparado em apenas duas semanas.

O show deveria ficar por dois meses no Canecão, mas foi tão bem sucedido que a temporada foi estendida por sete meses. Depois o espetáculo foi levado para Argentina onde ficou por um mês, para São Paulo e pela Europa (Paris, Londres e Itália).

O disco foi gravado no Canecão, sendo registrados os melhores momentos do show.

Texto retiraddo de | Inclinações Musicais

1977 | GRAVADO AO VIVO NO CANECÃO

01. Abertura: Estamos Aí-Dia da Crianção-Tarde em Itapuã-Gente Humilde
02. Carta ao Tom
03. Corcovado
04. Wave
05. Pela Luz dos Olhos Teus
06. Saia do Caminho
07. Samba pra Vinicius - Vai Levando
08. Água de Beber - Garota de Ipanema - Sei Lá (A Vida Tem Sempre Razão)
09. Minha namorada
10. Chega de saudade

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quarta-feira, 18 de março de 2020

Lourenço Baeta


Eis o disco solo de Lourenço Baeta, um dos fundadores do grupo Boca Livre, o qual se destacara também por suas belas composições. Nesse LP dá para termos uma ideia mais profunda do trabalho de Baeta, musicando poemas de Cacaso, Sérgio Natureza e Aldir Blanc.

É um disco tranquilo, cheio de arranjos delicados, feitos por Baeta, Dori Caymmi e Gilson Peranzzeta, executados com extrema competência por um time de instrumentistas de peso.

Texto | Criatura de Sebo

1979 | LOURENÇO BAETA

01. Santa Marina
02. Meio-termo
03. Festa no Céu
04. Dia dos Pais
05. Cantos
06. A Última Diligência
07. Entre Aspas
08. Vapor da Traição
09. Feito Mistério
10. Luz e Sombra

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domingo, 8 de março de 2020

Raul Seixas


Raul Seixas leu o livro Hinduísta Bhagavad-Gita três vezes em sua vida. O livro, no entanto, só foi absorvido em seu próprio canto na terceira vez, quando Raul já se interessava pela filosofia e quando resolveu se inspirar para escrever a música que daria nome ao seu talvez mais bem sucedido álbum.

A parceria com o então “jornalista” Paulo Coelho, trazia um conhecimento infinitamente mais profundo para suas canções. Em comparação com as músicas compostas por outros artistas contemporâneas a Raul, “Gita“, entre outros trabalhos, possuía diversos níveis de entendimento, indo contra as letras rasas e monotemáticas da moda.

O álbum, lançado em 1974, trouxe a Raul e a Paulo a mudança drástica de suas vidas. Mudança de país, de realidade. Eles atingiram o sucesso musical absoluto com o disco de ouro. Mas estavam nos Estados Unidos, em exílio, principalmente por causa da música “Sociedade Alternativa” que evocava “A Lei“, criada pelo mago Aleister Crowley em 1904.

A música trazia o número da Besta, presente no livro do Apocalipse, na Bíblia, evocando-o como o número do homem. Uma utilização da simbologia cristã de forma radical, feita para chocar e já usada pelo próprio mago Crowley. A música, acima de tudo, dava viva a uma nova sociedade. Algo extremamente perigoso em meio a uma ditadura militar.

Durante o exílio foi que Raul Seixas teria supostamente conversado com John Lennon, qua havia se interessado pelo projeto da Cidade das Estrelas. A verdade sobre esse contato só veio a tona com o lançamento da Biografia “O Mago” de Paulo Coelho, que deixava claro que tal conversa entre os dois ídolos do Rock nunca havia acontecido.

O álbum ainda trouxe a música “Trem das 7” em um dos primeiros momentos em que Raul usaria a analogia do trem para ilustra a vida. Analogia trazida novamente à tona por Paulo Coelho em seu mais recente livro, “O Aleph“. O contexto filosófico dessa analogia foi posteriormente e profundamente analisado no livro “Metamorfose Ambulante” de Mário Lucena e colaboradores.

Um dos grandes méritos de Raul estava no fato de conseguir abordar questões tão densas de forma leve, por vezes quase infantil. A genialidade do artista se mostrava afinada ainda em momentos como na irônica “Super Heróis“, rasgando a realidade do momento em duras críticas disfarçadas em um rock simples, de levada quase boba.

“Medo da Chuva“, uma das letras mais belas já escritas, falando declaradamente de uma espécie de liberdade que ultrapassa a que nos damos o direito de vivenciar, é mais um dos hinos impressos na carreira de Raul. Com linhas de harpa e orquestra, desfecho com coral e a participação de muitos músicos, mostra que os arranjos foram lapidados ao extremo.

E finalmente o hino “Gita“. Baseada no fragmento de texto do Bhagavad-Gita onde Arjuna interroga Krishna sobre seu significado, onde este responde:

“Entre as estrelas sou a lua… entre os animais selvagens sou o leão… dos peixes eu sou o tubarão…. de todas as criações eu sou o início e também o fim e também o meio… das letras eu sou a letra A… eu sou a morte que tudo devora e o gerador de todas as coisas ainda por existir… sou o jogo de azar dos enganadores…”

“Gita“, ao meu ver, mudou um pouco a face musical do país. Uma música com tamanha qualidade filosófica e poética, mantendo o contexto pop e sendo ouvida por multidões só pode confirmar para mim o tamanho da inteligência de Raul. Não há outro artista no Brasil que tenha sequer chegado perto dessa conquista.

Texto | Thiago Kerzer

1974 | GITA

01. Super Heróis
02. Medo da Chuva
03. As aventuras de Raul Seixas na Cidade de Thor
04. Água Viva
05. Moleque Maravilhoso
06. Sessão das Dez
07. Sociedade Alternativa
08. O Trem das 7
09. S.O.S
10. Prelúdio
11. Loteria da Babilônia
12. Gita

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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Sérgio Ricardo

Sabe o maluco que quebrou o violão no festival da Record de 67?

Então, acabou que além de músico, o cara é diretor de cinema e arrasa nos filmes que nem com o violão quebrado.

E porra, músicos são amiguinhos! O filme de 75 do Sergio Ricardo (o cara do violão), conta com a participação do Alceu Valença e do Geraldo Azevedo (é meio difícil às vezes saber quem é quem…) que dão pro já psicodélico longa uma cara ainda mais louca que marca a tela com a cara do cinema novo brasileiro.

Girando em torno do conflito entre os trabalhadores rurais e o senhor de terra (senhor feudal? quase…), passando pelas motos dos jagunços contratados a fim de impedir as revoltas camponesas, o filme mostra de modo meio realista e meio que cheio de metáforas e atuações dionisíacas, como se dá a questão da divisão da terra no sertão brasileiro (spoiler: é uma merda). “A Noite do Espantalho” ainda trata de questões românticas explorando alguns dos personagens mais a fundo, mostrando inclusive suas angústias políticas.

Dirigido pelo Serginho, o filme conta com músicas de sua autoria compostas exclusivamente pro musical e que se encaixam na história num modelo meio de ópera, musicando as falas dos personagens em sua quase total discursividade e se apropriando muitas vezes do recurso do coro (teatro grego no sertão?) na voz da multidão.

Texto retirado de | Crush em Hi-Fi

1974 | A NOITE DO ESPANTALHO

01. Canção do Espantalho
02. História Qe Se Conta
03. Meu Nome é Zé do Cão
04. Pena e o Penar
05. Tulão das Estrelas
06. Pé na Estrada
07. Noite de Maria
08. Mutirão
09. Festa do Mutirão
10. Briga de Faca
11. Martelo a Bala e Facão
12. Macauã

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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

União Black


Um dos nomes mais importantes no surgimento do movimento Black Rio, a Banda União Black foi formada em 1975 e foi uma das primeiras bandas a realmente tocar soul music no país. Com um estilo que fundia o soul e o funk americanos com o suíngue brasileiro, os cariocas Ivan Tiririca (bateria), Dom Luiz (vocal), Bira (sopros), Lula Barreto e Cláudio Café (guitarra) fizeram história e realizaram o circuito dos principais Bailes Black no Rio de Janeiro e São Paulo por vários anos.

“No ano de 1977 gravou o disco “Banda União Black”, pela Polydor, no qual foram incluídas “Geração black”, “A vida”, “Só eu e você”, “União black”, “Black Rio”, “Voulez vous”, “Melô do bobo”, “Abelha africana”, “Sou só”, “Quando alguém está dormindo”, “A família black” e “Laço negro”. A banda ficou quase duas décadas sem nenhuma atividade e no ano de 2004, com integrantes originais da primeira formação, participou do disco “Black music Brasil”, do qual também fizeram parte Carlos Dafé, Lúcio Sherman, Don Mita, Mariano Brown, Luís Vagner, Valmir Mello, Don Richard e Paulinho de Souza.

No CD, lançado pleo selo SomSicam, interpretou três faixas: “Eu pensei” (Bira e Mariano Brown); “Cris vacilou” (Ivan Tiririca, Lula C. Barreto e Cláudio Café) e “Zorra total” (Cláudio Café, Ivan Tiririca e Lula C. Barreto).”

Texto retirado de | Dicionário Cravo Albin

1977 | UNIÃO BLACK

01. Geração Black
02. A Vida
03. Só Eu e Você
04. União Black
05. Black Rio
06. Voulez-vous
07. Melô do Bobo
08. Abelha Africana
09. Sou Só
10. Quando Alguém Está Dormindo
11. A Família Black
12. Laço Negro

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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Vímana


Uma das bandas é a Vímana, com um misto de arranjo, jazz e um rock progressivo, teve quatro formações na década de 70 com os nomes mais importantes da música brasileira, que são queridos e conhecidos até hoje.

A primeira formação (1974 a 1975) contava com os músicos Lulu Santos (vocal e guitarra), Luiz Paulo Simas (teclados), Fernando Gama (baixo e vocal) e Candinho (bateria). Nesse período Vímana trabalhava para outros músicos em estúdios, mas não deixavam de se apresentar ao público, principalmente no Museu de Arte Moderna e nos teatros do Rio de Janeiro. Enfrentou uma época difícil com a ditadura e um Brasil que não estava preparado para esse novo estilo musical, mas eles acreditavam que aos poucos cairiam no gosto das pessoas. Em 1975, Candinho saiu da banda, dando origem à nova formação.

Esta nova formação (1975 a 1977), a mais lembrada quando falamos da banda Vímana, composta ainda por Lulu Santos (guitarra e vocal), Luiz Paulo Simas (teclados e vocal), Fernando Gama (baixo) e com os novos integrantes Ritchie (vocal e flauta) e Lobão (bateria), lançaram um compacto Zebra, que na época foi arquivado pela gravadora, que alegou falta de público do rock no Brasil. Até um LP com 12 faixas foi gravado, o Álbum On the Rocks, porém não foi lançado e os integrantes, nos dias de hoje, não sabem ao certo onde estão essas faixas, que ficaram no “virtual”, acredita-se que ficou com Lulu Santos.

Já na terceira formação, ainda em 1977, um novo integrante entrou para a banda: Patrick Moraz (teclados, ex-Yes), músico suíço que veio ao Brasil com o interesse de montar uma nova banda. Como o tecladista Patrick Moraz não gostava de Lulu Santos, vários desentendimentos aconteceram até que Lulu Santos foi expulso da banda pelo próprio Moraz, causando grande confusão e discórdia por todo grupo.

A quarta e última formação (1977 a 1978), novas mudanças aconteceram e ficaram como integrantes: Patrick Moraz (teclados), Luiz Paulo Simas (teclados e vocal), Fernando Gama (baixo), Ritchie (vocal e flauta) e Lobão (bateria). Por conta dos desentendimentos anteriores a banda se desfez e cada um seguiu sua carreira solo. E novos sucessos do Rock nacional dos Anos 80, como Lulu Santos, Lobão e Ritchie surgiram e fazem sucesso até os dias de hoje.

Texto retirado de | Rock Nacional Anos 80

1977 | ON THE ROCKS

01. Perguntas
02. Masquerade
03. On the Rocks
04. Cada Vez
05. Zebra
06. Maya
07. Lindo Blue
08. Masquarade
09. Avô do Jabour
10. Perguntas
11. Riacho do Navio
12. Antonio Conselheiro

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terça-feira, 28 de janeiro de 2020

São Quixote


Esta é a banda paulista São Quixote, originária de outra, o Moto Perpétuo, banda de onde surgiu o cantor e compositor Guilherme Arantes.

O Moto Perpétuo era uma banda com pitadas de rock progressivo, surgida em 1973, da qual faziam parte além de Guilherme, os músicos Egydio Conde, Diogenes Burani, Gerson Tatini e Cláudio Lucci. Guilherme Arantes partiu para uma muito boa carreira solo. Egydio seguiu para o Som Nosso de Cada Dia.

Porém, no início da década de 80, três membros da banda, Claudio Lucci, Gerson Tatini e Diógenes Burani voltaram a se reunir, juntamente com a violonista e cantora Mônica Marsola para gravar este lp, o São Quixote, que para muitos é também considerado um disco do Moto Perpétuo.

Até porque, neste trabalho há ainda a participação especial de Guilherme Arantes, presente em cinco faixas do disco. Em resumo, trata-se de um disco na mesma linha do primeiro e único do Moto Perpétuo.

Uma produção independente, limitada e hoje ainda mais rara.

Texto retirado de | Toque Musical

1981 | SÃO QUIXOTE

01. São Quixote
02. Buon Giorno, Boy
03. Só Para Raros E Velhos
04. Fumaça
05. Livre Demais
06. Mea Culpa
07. Mais Um Longo Dia
08. Confraria
09. Cem Anos de Solidão
10. Soy Criatura
11. Buenos Dias
12. América

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